Por lei, os policiais militares não podem fazer greve, diante de risco à segurança pública. No entanto, devido ao parcelamento do salário de agosto, soldados, sargentos e tenentes da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros decidiram pelo início do aquartelamento a partir desta terça-feira em todo o Estado. Assim, apenas casos de urgência e emergência deverão ser atendidos, e os policiais retornarão logo em seguida para os quartéis.
- Desta vez, acho que vai ser bem maior - afirmou o presidente da Abamf, Leonel Lucas, sobre a adesão dos PMs em relação à greve anterior.
Confira o calendário de pagamento do salário de agosto dos servidores
Saiba como a greve dos servidores afeta os serviços públicos no RS
Em nota conjunta, as entidades que representam os servidores de nível médio da BM e dos Bombeiros alegam que a decisão é "pela própria segurança das pessoas" , já que os PMs não teriam condições de efetuar o policiamento ostensivo e a atividade de prevenção de incêndio, por estarem "psicologicamente atingidos e desestruturados".
O pagamento de apenas R$ 600 do salário de agosto nesta segunda-feira, afirmam, não é suficiente para comprar alimentos e pagar as contas essenciais, como água e energia elétrica.
Como no início da outra greve, em julho, as entidades fizeram recomendações aos gaúchos: "orientamos a população do Rio Grande do Sul, que vê a criminalidade se alastrar diariamente, que se proteja como puder face à ausência de policiamento nas ruas que se verifica no dia de hoje e se intensificará a partir de amanhã".
Com relação à proibição legal de fazer greve, os sindicalistas alegaram que não podem "receber ordens de quem não cumpre a lei e comete crime de desobediência", referindo-se ao parcelamento dos salários dos servidores da segurança pública, que havia sido proibido por liminar pela Justiça em março.
Veja a íntegra da nota divulgada pelos sindicatos:
Ainda com relação ao policiamento, nesta segunda-feira, o sindicato dos agentes penitenciários (Amapergs) disse que os funcionários ligados à Susepe podem "abandonar" os presídios. Já a Polícia Civil está atendendo somente a casos relacionados a crimes graves, como homicídios e acidentes com morte.
Os servidores farão uma plenária às 16h desta segunda-feira para discutir um prolongamento da greve, anunciada para ocorrer entre hoje e quinta-feira. A confirmação do pagamento de R$ 600 motivou as 44 categorias a buscarem um consenso para aprofundar a mobilização. Os principais setores afetados com a greve, além da segurança pública, são as escolas e a saúde.
Imagens mostram os efeitos da greve dos servidores públicos no RS: