Praticamente sem registrar chuva, todos os seis principais mananciais de São Paulo perderam volume armazenado de água pelo terceiro dia seguido, segundo aponta relatório divulgado pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) nesta terça-feira.
Considerado o principal manancial do Estado, o Cantareira, que é responsável por abastecer 5,3 milhões de pessoas, voltou a registrar queda de 0,1 ponto porcentual. Os reservatórios que compõem o sistema operam com 18,4% da capacidade, ante 18,5% no dia anterior, de acordo com índice tradicionalmente informado pela Sabesp. Esse número considera duas cotas de volume morto, adicionadas no ano passado.
A pluviometria do dia na região foi de apenas 0,1 milímetro, o que fez o valor acumulado passar para 0,5 mm nos quatro primeiros dias de agosto - volume muito abaixo do esperado. Caso a média histórica do mês estivesse se repetindo, já deveria ter chovido pelo menos 4,4 mm durante o período.
Considerando os últimos 40 dias, o sistema só registrou aumento na quantidade de água represada apenas duas vezes: no dia 26 de junho, quando passou de 19,9% para 20%, e no dia 27 de julho, em que o nível subiu de 18,8% para 18,9%. Ainda assim, a Sabesp pediu aos órgãos reguladores para aumentar a captação de água do sistema e suspender a redução determinada para setembro, na tentativa de aliviar o Sistema Alto Tietê, que vive crise ainda mais severa.
Segundo o cálculo negativo do sistema, o Cantareira também caiu 0,1 ponto porcentual e está com - 10,9%. No terceiro índice a variação negativa também se repete: o sistema desceu de 14,3% para 14,2%.
Outros mananciais também tiveram queda
O Guarapiranga, que atualmente é responsável por atender o maior número de habitantes de São Paulo (5,8 milhões), chegou ao oitavo dia consecutivo de perda de água armazenada. O sistema está com 75,3% da capacidade: 0,3 ponto porcentual a menos comparado ao dia anterior, quando estava com 75,6%. Ao longo da sequência negativa, o manancial já perdeu 1,8 ponto porcentual do seu volume.
Em crise, o Alto Tietê acumulou sua sexta baixa seguida. Nesta terça, os reservatórios somam 17,7% da capacidade, ante 17,9% no dia anterior. Esse número já considera uma cota de volume morto de 39,4 bilhões de litros.
O Rio Claro foi o que sofreu a maior variação negativa: 0,5 ponto porcentual. O manancial caiu de 71,1% para 70,6%. Já o Alto Cotia e o Rio Grande desceram 0,4 e 0,3 ponto, respectivamente, e operam com 60,1% e 88,2%.