A Polícia Federal apreendeu nesta quinta-feira documentos e CDs e DVDs em mais um grupo de farmácias investigado por suposto envolvimento na fraude para aquisição de medicamentos e produtos médicos em Santa Maria. Essa foi a terceira fase da Operação Medicaro, deflagrada pela primeira vez em 2014.
Durante a operação, os policiais federais também apreenderam material eleitoral na sede do programa social do vereador João Carlos Maciel (PMDB). Nesse caso, o mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça Eleitoral, como parte de um inquérito que apura se houve ou não corrupção eleitoral no pleito de 2012.
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Conforme um dos advogados do vereador, Adriano Puerari, na sede do programa social, na Rua André Marques, no centro de Santa Maria, foram apreendidos materiais de campanha, faixas de propaganda eleitoral, panfletos, fotos do vereador com diversas pessoas, documentos, anotações e cartas de agradecimento do vereador para pessoas que doavam os medicamentos ao programa.
A PF diz que não há relação entre as investigações de suposto crime eleitoral e da Medicaro e que os mandados foram cumpridos no mesmo dia por questão de logística. Porém, a busca na sede do projeto do vereador é decorrente de uma apreensão feita na segunda fase da Medicaro. À época, o vereador chegou a ser preso porque foram encontrados medicamentos controlados na sede do projeto, alguns com validade vencida e sem acondicionamento adequado.
_ Investigamos se houve troca de doações por votos. Como o projeto social funcionava muito com doações de medicamentos, a suspeita é que pode ter havido uso indevido do projeto social para fins eleitorais. Estamos analisando para ver se houve ou não _ explicou o delegado da PF Fernando Caldas Bivar Neto.
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No inquérito da Medicaro, na manhã desta quinta-feira, foram cumpridos 11 mandados, sendo três deles de busca e apreensão, e oito de condução coercitiva (quando as pessoas são conduzidas até a delegacia para prestarem esclarecimentos). Ninguém foi preso. A ação teve apoio da Brigada Militar.
As apreensões foram feitas na sede de duas farmácias e em uma instituição beneficente do município, que não tinham sido alvo nas duas primeiras fases da Medicaro. Nos locais foram apreendidos vários documentos e mídias. Na instituição, foram encontradas procurações para encaminhamento de ações judiciais para obtenção de remédios por parte de pacientes.
Das oito pessoas que seriam conduzidas à Delegacia da PF, sete foram ouvidas _ quatro são investigadas e três testemunhas. Uma não foi localizada, mas será ouvida nos próximos dias como testemunha e suspeita.
_ Essa fase foi direcionada a um dos cinco grupos de farmácias investigadas, que não tinha sido objeto de buscas nas fases anteriores. Tínhamos indícios de que essas farmácias poderiam estar envolvidas. Reunimos elementos e realizamos as buscas para ver se houve ou não superfaturamento e adulteração de documentos, como fizemos com os outros grupos de farmácias investigados anteriormente _ disse o delegado.
Os nomes dos locais não foram divulgados pela PF.