O governo afegão anunciou, nesta quarta-feira, estar investigando informações que apontam a morte de mulá Omar, chefe supremo dos talibãs afegãos que está foragido desde 2001. O anúncio foi feito pelo porta-voz da presidência, Sayed Zafar Hashemi, depois que fontes oficiosas informaram sobre a morte, alvo de crescentes rumores nos últimos dias.
- Estamos investigando essas informações e nos pronunciaremos quando for confirmada com exatidão - afirmou Hashemi.
Anteriormente, um alto funcionário do governo afegão, que não quis ser identificado, havia afirmado que mulá Omar morreu vítima de uma doença há dois anos e que o líder foi enterrado no sul do país, sua região de origem. A morte foi confirmada ao governo afegão por fontes do Paquistão, segundo o funcionário.
- De acordo com minhas informações, ele morreu - declarou uma fonte talibã, que também pediu anonimato. Ela acrescentou que a data exata e as causas da morte não são conhecidas.
Os rumores sobre a morte do mulá Omar ocorrem semanas depois de um primeiro contato oficial visando negociações de paz entre o governo e rebelião talibã. Se confirmada, a morte pode redistribuir as cartas no campo talibã a poucos dias de um segundo contato entre rebeldes e o governo.
Até agora, os talibãs puseram como condição para uma possível negociação de paz a retirada do Afeganistão de todas as tropas estrangeiras, que os expulsaram do poder no final de 2001 e apoiam o governo pró-ocidental de Cabul. Ao mesmo tempo, os talibãs estão divididos entre a nova geração de comandantes que dirigem a guerra no país e os dirigentes anteriores refugiados no Exterior desde 2001.
* AFP