Depois da revelação na semana passada de que os Estados Unidos pretendem reforçar a mobilização militar no Leste Europeu, o anúncio do acréscimo de 40 novos mísseis intercontinentais ao arsenal russo até o final do ano soa como um gesto de desafio.
- Este ano, mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais, capazes de resistir aos sistemas de defesa antiaérea mais sofisticados, serão mobilizados nas forças nucleares russas - afirmou ontem o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na abertura de um fórum militar internacional em Kubinka, nos arredores de Moscou.
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Como justificativa, Putin disse que a Rússia precisa se defender ante a aproximação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) das fronteiras russas:
- Se alguém ameaça algum de nossos territórios, temos de orientar nossas forças armadas e nossas forças de ataque modernas nesses territórios para a ameaça que se aproxima. É a Otan que chega a nossas fronteiras, e não nós que nos movemos para lado algum.
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A crise na Ucrânia elevou as tensões entre a Rússia e o Ocidente a um ponto inédito desde o fim da Guerra Fria. A Polônia e outros países da região se alarmaram com a anexação, pela Rússia, da península ucraniana da Crimeia. Kiev e seus aliados acusam Moscou de enviar tropas e armamento para apoiar os separatistas do leste da Ucrânia, mas a Rússia sempre negou essas afirmações.
Rússia tem 7,5 mil ogivas contra 7,3 mil dos EUA
A Rússia tem cerca de 7,5 mil ogivas nucleares, segundo o Stockholm International Peace Research Institute, das quais 1.780 estão mobilizadas em mísseis ou em bases militares. Em comparação, os EUA têm 7,3 mil ogivas, 2.080 das quais mobilizadas.
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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que as declarações de Putin são perigosas.
- Esse ruído de sabres nuclear é injustificado, desestabilizador e perigoso - afirmou Stoltenberg, após encontrar o presidente da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker.
* Com agências
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