Operação-padrão de agentes penitenciários deve afetar transporte e transferência de presos

Agentes penitenciários que atuam no transporte de presos iniciaram nesta segunda-feira uma operação-padrão para alertar sobre a insuficiência de funcionários.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs), Flávio Berneira Junior, os servidores do Núcleo de Segurança e Disciplina da Susepe chegavam a fazer 240 horas por mês, quando o correto deveria ser 160 horas. Também teriam feito escoltas de 53 presos com 12 agentes, como aconteceu na semana passada, quando a recomendação seria de dois agentes por preso. A situação coloca os agentes em risco.

- A operação-padrão é nada mais do que trabalhar do jeito certo. Hoje, os agentes estão trabalhando de acordo com o que é permitido por lei. Teve agente que se aposentou com mais de 3 mil horas excedidas. O nosso pessoal vai fazer, a partir de agora, o que sempre deveria fazer - afirma Berneira.

Nesta segunda-feira, segundo Berneira, deveriam ser realizadas 140 audiências no Foro Central de Porto Alegre. Com 40 funcionários em serviço, apenas 20 detentos teriam chegado ao destino. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), no entanto, afirma que até o final da tarde todas as audiências foram atendidas. Para avaliar o impacto nos serviços, o órgão deve se pronunciar nesta terça ou quarta-feira.

Susepe nega falta de agentes na Pasc

O sindicato pede que o Estado abra concurso público para contratar novos agentes penitenciários ou que volte a pagar as 40 horas extras que eram depositadas antes do corte nas contas públicas. 

- Já seria um gesto no sentido de resolver o problema - sugere o presidente da Amapergs.

Outra reclamação frequente do sindicato são as más condições dos veículos da Susepe. Como os carros rodam com frequência, não haveria tempo de fazer revisões e manutenções, o que resultaria em viaturas "sucateadas".

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado não soube informar qual foi o impacto da operação-padrão nas audiências judiciais.

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