A unidade da alemã KMW às margens da BR-287, em Santa Maria, está pronta. Faltam apenas retoques para considerar o prédio e os pavilhões finalizados. Nas últimas semanas, começaram a chegar alguns móveis e as instalações da rede de telefonia e internet foram concluídas.
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Já as máquinas e equipamentos só devem zarpar do porto de Hamburgo, onde estão devidamente empacotados para serem despachados para o Brasil, após a emissão da Licença de Operação (LO), por parte da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Após o alvará do Corpo de Bombeiros, emitido há cerca de um mês, e as primeiras vistorias da prefeitura, para a concessão do Habite-se, falta pouco para que a nova sede possa ser inaugurada. Mas quem trabalha nos últimos ajustes não tem pressa. A preocupação com a segurança e o conforto dos funcionários, além da qualidade dos serviços que serão prestados no local, e a visão de longo prazo da empresa dissipam a ansiedade em fazer projeções.
Após a LO ser emitida pela Fepam, a KMW ainda deve levar 60 dias para receber os equipamentos alemães e, depois disso, cerca de três meses para treinar e ambientar os técnicos no novo endereço.
- Também precisamos fazer contratações, o que não é tão rápido. Aqui vão trabalhar, inicialmente, cerca de 50 pessoas, dois terços de técnicos - explica o gerente da KMW do Brasil, Christian Böge.
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Já as ferramentas que estão sendo usadas nos quartéis do Exército, onde atualmente é feita a manutenção dos blindados Leopard, devem ser deslocadas mais rapidamente. A única previsão é que a inauguração da sede seja feita ainda em 2015, com a presença de executivos vindos da Alemanha e generais do Exército.
Assim que puder ser ocupada, a unidade receberá os blindados Leopard 1A5 de propriedade do Exército Brasileiro para fazer as manutenções necessárias. O primeiro contrato firmado com os militares, que motivou a vinda da empresa para o país, está no fim, mas a KMW já negocia a renovação e, possivelmente, a ampliação das atividades previstas no próximo contrato.
Por enquanto, a empresa tem cerca de 40 funcionários e terá 50 quando a oficina for inaugurada. O terreno onde está a oficina permite ampliações, que devem ser feitas se as intenções de fabricar veículos e simuladores em solo santa-mariense se confirmarem, o que também possibilitará a ampliação das contratações: se tudo seguir os planos, a cada ano o número de funcionário dobrará.
Estilo europeu adaptado ao clima tropical
Conforme o gerente da KMW do Brasil, Christian Böge, o prédio da unidade de Santa Maria segue, em muitos aspectos, o padrão da sede da empresa em Munique, na Alemanha. O projeto foi elaborado no país de origem e finalizado em Blumenau. Já a construção ficou a cargo da empresa Viero, de Erechim.
O revestimento em uma fibra prateada, que parece alumínio, dá um visual tipicamente europeu ao prédio. Os móveis da parte administrativa, embora feitos no Rio Grande do Sul, são das mesmas cores e desenho dos usados pelos executivos alemães.
O vidro duplo nas janelas e as paredes, com cerca de 50 centímetros de largura, são para manter as temperaturas interiores mais constantes, além da resistência à vibração. Esse tipo de janela é comum em países onde a variação térmica é grande, já que a dupla camada de vidro produz isolamento térmico.
A parede que separa a parte administrativa do pavilhão principal é de concreto maciço e blindada para o fogo. E, mesmo que as pontes guindastes estejam sendo usadas para erguer peças dos blindados, que pesam até 25 toneladas, não há vibração na sala ao lado.