Quinze trabalhadores foram resgatados em dois municípios da Região Central trabalhando em condições análogas às de escravos. O resgate ocorreu em 19 de maio pelos auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de Santa Maria em parceria com a Polícia Federal. Os trabalhadores faziam extração de lenha de eucaliptos. As informações são da repórter Bibiana Dihl, da Rádio Gaúcha SM.
A situação mais grave ocorria na zona rural de Júlio de Castilhos, próximo a BR-158. Nove pessoas trabalhavam e moravam no local, em barracas com péssimas condições de higiene, e tinham más condições de alimentação e saúde. Em um dos casos, um trabalhador ganhou menos de R$ 300 por três meses de trabalho, conforme fiscalização do MTE.
Esses trabalhadores estão, atualmente, em pousadas pagas pelo MTE, enquanto os donos da propriedade em que trabalhavam não regulariza a situação. No entanto, de acordo com fiscalização do MTE, ele não tem intenção de regularizar. Foi solicitado o bloqueio de bens dele para pagar os trabalhadores.
O outro caso acontecia na zona rural de Cacequi, onde seis trabalhadores faziam o mesmo serviço e tinham condições semelhantes. Eles não tinham água no local, de modo que precisavam ir a residências vizinhas. Atualmente, estão em suas casas, que ficam em outro município. Em nenhum dos casos os trabalhadores possuíam carteira de trabalho.
Os donos das duas propriedades onde aconteciam as irregularidades foram notificados e as atividades nos locais foram suspensas. Em caso de regularização da situação, eles podem voltar a trabalhar. Mesmo assim, serão multados. O valor ainda não é conhecido porque os relatórios não foram concluídos.