A pedido do Ministério Público Estadual (MPE), a Polícia Federal (PF) vai investigar se houve crime eleitoral na distribuição de medicamentos por meio do projeto social do vereador João Carlos Maciel (PMDB). O parlamentar, que está no terceiro mandato e foi o mais votado em duas eleições, nunca escondeu a vontade de ser prefeito, mas ontem surpreendeu ao comentar em entrevista ao "Diário" que pode abandonar a política.
- A polícia vai verificar se há alguma conexão a distribuição de remédios com eleições passadas ou futuras. Queremos saber se na entrega destes medicamentos havia pedido de troca por votos - afirma o promotor André Fernando Rigo.
No dia 26 de março, Maciel foi preso em flagrante por armazenar e distribuir de forma irregular remédios de uso controlado. A prisão que durou 39 horas ocorreu em cumprimento de mandado da Operação Medicaro - que ocorre em paralelo à investigação de Maciel - e apura suposta fraude de superfaturamento na compra de remédios pelo SUS por meio de ações judiciais.
O delegado da PF Fernando Caldas Bivar Neto, que assumiu o inquérito de Maciel, não falou sobre o assunto porque o processo corre em segredo de justiça.
Na segunda-feira, João Carlos Maciel afirmou há 40 anos mantém um projeto social, e não imaginava que seria vereador:
- Isso que eu faço chama-se solidariedade. Comando um programa de grande audiência. As pessoas pedem e nós atendemos. É como pedir uma cadeira de rodas. Nós ajudamos.
Maciel garantiu que nos três meses de campanha eleitoral, a sede do projeto e o programa de rádio não funcionam.
- Porque nós, da imprensa, somos impedidos de trabalhar? Tem vereadores médicos, engenheiros, que seguem exercendo suas funções durante a campanha. Isso também é compra de voto? - questiona o vereador.