O presidente da Construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, e o ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa João Ricardo Auler decidiram permanecer em silêncio nesta terça-feira e foram dispensados de prestar depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.
Adelmário e Auler foram presos na operação Lava-Jato e atualmente estão em prisão domiciliar. O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), justificou a dispensa dos empreiteiros como forma de otimizar os trabalhos da comissão.
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- É uma decisão tomada de forma racional. Não estou aqui para defender teatro. Quando começamos, diziam que os empreiteiros não viriam aqui, e olha quem está vindo. Esta é uma CPI séria. Esta é uma decisão que está tomada e não vou recuar disso - argumentou Motta depois de receber críticas de alguns deputados por dispensar os depoimentos.
Para o deputado Aloisio Mendes (PSDC-MA), os parlamentares devem ter o direito de fazer perguntas, mesmo que os depoentes manifestem o direito de permanecerem calados.
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- Temos o direito de perguntar. Todos que vieram aqui e decidiram ficar calados, em algum momento disseram alguma coisa. Minha preocupação é que possa parecer para a sociedade que há uma grande organização aqui para poupar os empreiteiros. Queremos ter oportunidade de extrair dessas pessoas algum dado importante para a CPI, por isso peço que o senhor reveja essa decisão - disse Mendes ao presidente da CPI.
Das oitivas marcadas para esta terça, o único a falar foi o ex-vice-presidente da Camargo Côrrea Eduardo Hermelino Leite. Segundo ele, atualmente em prisão domiciliar, o pagamento de propina era uma "condição de funcionamento" na relação das empreiteiras com a Petrobras. Leite falou aos membros da CPI por mais de quatro horas.
*Agência Brasil