Deputados que recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para rever a aprovação da emenda que permite a doação empresarial aos partidos acreditam que a repercussão negativa da votação na Câmara dos Deputados influenciará a reanálise da proposta em segundo turno. Como se trata de emenda incluída em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a medida precisa ser aprovada mais uma vez por, no mínimo, 308 votos.
Um dos 61 parlamentares que entraram com mandado de segurança no STF, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que tem "muita gente acordando para o que votaram" após a pressão da sociedade. "Essa lei é pior que a vigente. E essa votação foi uma aberração", comentou. Para Delgado, Cunha não terá no segundo turno dessa votação "uma vida tão fácil assim".
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Os deputados consideram que houve irregularidade na votação do financiamento de campanha porque teria ocorrido repetição da votação sobre o mesmo tema e o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria atropelado o plenário para impor sua vontade. "Nós o derrotamos na votação anterior", lembrou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Independentemente do posicionamento do STF, Bueno põe em dúvida a manutenção do financiamento empresarial na legislação. "Não sei se vai passar no segundo turno", disse.
Os defensores do fim do financiamento por empresas chamam a reforma política em andamento de "contrarreforma". "O financiamento por pessoa jurídica tem que ter um fim e a grande oportunidade que tivemos foi agora. Ficar do jeito que está não é reforma política", avaliou Bueno.