O presidente venezuelano Nicolás Maduro exigiu neste sábado, durante seu discurso na Cúpula das Américas, realizada no Panamá, que Barack Obama retire o decreto em que classifica seu país de ameaça para os Estados Unidos, mas também mencionou sua disposição diálogo.
- Trouxe mais de onze milhões de assinaturas que serão entregues por vias diplomáticas e venho em nome de 30 milhões de venezuelanos para exigir ao presidente Obama que derrogue o decreto que ameaça a Venezuela - afirmou Maduro.
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O presidente venezuelano classificou de "irracional, desproporcional e perigoso" o decreto emitido por Obama em março passado, declarando a Venezuela "uma ameaça incomum e extraordinária" para os Estados Unidos ao sancionar sete funcionários desse país acusados de violações dos direitos humanos. Mais adiante, em seu discurso, convidou seu colega americano ao diálogo para diminuir as tensões.
- Eu estendo minha mão para resolver os assuntos. Eu o respeito, mas não tenho confiança no senhor, presidente Obama (...) Estou disposto a falar com os Estados Unidos, enviei várias mensagens, e não nos respondem - declarou Maduro.
Obama, depois de fazer seu discurso e ouvir o presidente cubano Raúl Castro, já havia deixado o salão para manter reuniões bilaterais. Diminuindo o tom, Obama esclareceu esta semana que seu decreto sobre a Venezuela era uma declaração formal, e não acreditava realmente que fosse uma ameaça para seu país.
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- Apenas uma declaração, por mais corajosa que seja, e é, do presidente Obama não é suficiente. É preciso buscar caminhos políticos, diplomáticos, e jurídicos para acabar com este decreto ameaçador - finalizou o presidente venezuelano.
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