O deputado Mário Jardel (PSD), cuja localização exata não é confirmada por assessores ou familiares, viajou de São Paulo para Fortaleza, no Ceará, pouco antes das 23h de quarta-feira passada acompanhado de um irmão e carregado com sete ou oito malas pesadas. Jardel foi o último passageiro a embarcar na aeronave, vestindo camisa e calça escuras, e evitou chamar a atenção durante o voo ou no desembarque.
O ex-jogador deixou a Capital na quarta alegando depressão e demitiu quase todo o gabinete e os funcionários da bancada do PSD na Assembleia, o que abriu uma crise com o partido. O vice-presidente estadual da sigla e ex-companheiro de Jardel no Grêmio, Danrlei de Deus, publicou nota em que declarou o rompimento "político e pessoal" com o correligionário.
Jardel não fez discurso ou apresentou projeto na Assembleia
Danrlei rompeu relação "política e pessoal" com Jardel
No mesmo voo da TAM, o JJ-3324, se encontrava o jornalista Eduardo Buchholz. Repórter do Diário do Nordeste, do Ceará, Buchholz conta que logo reconheceu o ex-atleta, que antes de se consagrar pelo Grêmio atuou nos juvenis do Ferroviário Atlético Clube de Fortaleza.
- Ele não estava disfarçado, mas a gente percebia que preferia não ser reconhecido - comenta Buchholz.
O voo, que deveria partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos às 22h5min, saiu com quase uma hora de atraso e pousou na capital cearense depois das 2h. Jardel desceu da aeronave e foi embora sem passar pela esteira de bagagens. Seu irmão, Júnior Jardel, ficou para trás a fim de recolher todas as malas.
Em entrevista concedida posteriormente ao Diário do Nordeste, Júnior confirmou que o deputado do PSD se encontrava no Ceará com a mulher, mas sob orientação de advogados de não conceder entrevistas ou fornecer sua localização exata. Acredita-se que esteja em uma casa em Fortaleza.
O irmão teria, ainda, negado na entrevista que Jardel estivesse de fato com depressão. Segundo Júnior, a viagem teria como único objetivo escapar de supostas ameaças sofridas após tomar a decisão de demitir os funcionários do gabinete. Procurado por ZH, o irmão de Jardel disse que não falaria por orientação dos advogados. Ele desligou o celular e não respondeu às mensagens deixadas.