As manhãs frescas e as tardes quentes que têm caracterizado este início de abril no Rio Grande do Sul devem perdurar nas próximas semanas. A tendência é de que um frio mais intenso só atinja o Estado a partir de meados de maio.
Nesta segunda-feira, mais de três semanas depois do começo do outono, voltaram a ser registradas temperaturas dignas de verão. Fez 31ºC em São Luiz Gonzaga e 27,9ºC em Porto Alegre. Para hoje e amanhã, a previsão é de que os termômetros cheguem aos 33ºC.
Meteorologistas divergem sobre como será o outono no RS
A meteorologista Ludimila Pochmann de Souza, do Laboratório de Meteorologia e Qualidade do Ar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que não há previsão de entrada de nenhuma massa de ar frio forte para breve.
- O outono mantém características do inverno e do verão. A temperatura cai por uns dias e depois já volta o calorão. Segundo os prognósticos, a temperatura só vai começar a decair lá pela segunda quinzena de maio - diz.
Conforme o mais recente boletim climático do 8º Distrito de Meteorologia e do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), de 25 de março, a tendência é que o período de abril a junho comporte-se de acordo com as médias históricas no Rio Grande do Sul. A exceção seria o noroeste do Estado, que deve ter um mês de maio um pouco mais frio do que o habitual.
- Estamos prevendo que a temperaturas fique 1,5°C abaixo da média na região. No mês de junho, deve ficar dentro da média histórica em toda a região - afirma o professor Gilberto Diniz, da Faculdade de Meteorologia da UFPel, que afirma que o quadro pode mudar já amanhã, quando um novo boletim climático será discutido.
A perspectiva também é de normalização da chuva, que tem sido escassa em grande parte do Estado ao longo de abril. Nos primeiros 12 dias do mês, por exemplo, Porto Alegre teve só 13,3 milímetros de precipitação, contra 80,9 milímetros em 2014 e 97,9 milímetros em 2013. Segundo o modelo de previsão da UFPel, a perspectiva é que volte a chover e que a precipitação fique dentro das média histórica no período até junho.
Há a possibilidade até de chuva acima da média, segundo dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Anna Bárbara Coutinho Melo, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), observa que uma provável interferência do fenômeno El Niño poderia elevar a quantidade de precipitação no sul do Brasil:
- Sobressai a possibilidade de chover um pouco acima da média no trimestre maio-junho-julho, que se acentua no caso de o El Niño se aproximar da costa da América do Sul, o que é uma tendência, mais ainda precisa ser confirmado.
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Quanto ao frio, nada indica que será especialmente intenso.
- Não há nenhum indício de que vai ser um inverno rigoroso - afirma Anna Bárbara.