* Zero Hora
As cinzas do vulcão chileno Calbuco, que ficou inativo durante 43 anos e entrou em erupção na última quarta-feira, passaram pelo Rio Grande do Sul sem deixar rastros. No início da manhã deste sábado, imagens de satélite mostravam a nuvem cobrindo praticamente todo o território gaúcho - à exceção do Extremo Norte. Por volta das 11h, as cinzas haviam avançado em direção a Santa Catarina e ao Paraná. Conforme a meteorologista Aline Tochio, do Climatempo, a nuvem se desloca em para o oceano.
- Em níveis mais altos da atmosfera, por onde passa essa pluma de cinzas, o escoamento do vento faz uma curva, de forma que passa pelo Sul e segue em direção ao oceano - explica Aline.
Nenhum aeroporto brasileiro registrou prejuízo à visibilidade em função do fenômeno. No Salgado Filho, em Porto Alegre, um voo da American Airlines foi cancelado e, segundo um passageiro, o motivo foram as cinzas do vulcão - a empresa não foi localizada. Em Buenos Aires, aeronaves da companhia não decolaram por precaução por causa da nuvem. Outras empresas norte-americanas também cancelaram ou desviaram viagens com destino à capital argentina.
Operações do Salgado Filho não foram prejudicadas pela nuvem de cinzas
Foto: Fernando Gomes / Agência RBS
Cinzas de vulcão chileno podem gerar problemas respiratórios
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A estimativa da Climatempo é que as cinzas estejam a uma altitude entre seis e 10 mil metros e, por isso, não causam impacto no espaço aéreo. A meteorologista alerta, porém, que parte da fuligem pode descer até a superfície, mas sem causar riscos à população.
No Rio Grande do Sul, as condições climáticas, com pouco vento, auxiliaram na dispersão da nuvem. Se o tempo estivesse instável, poderia ocorrer chuva de fuligem.
Ha quatro anos, o vulcão chileno Puyehue entrou em erupção, expulsando fumaça de gases vulcânicos durante semanas. Por causa da direção dos ventos, as cinzas prejudicaram principalmente a Patagônia argentina durante a temporada de turismo.