As cinzas do vulcão chileno Calbuco, que chegaram ao Sul e Campanha nesta sexta-feira e podem avançar sobre outras áreas do Rio Grande do Sul, podem colocar em risco a saúde dos gaúchos. De acordo com o pneumologista Adalberto Rubin, da Santa Casa de Porto Alegre, há um pré-alerta para problemas respiratórios, principalmente para quem já tem doenças como asma, bronquite e enfisema.
- A gente não sabe a intensidade que vai ter, mas é sempre um alerta para quem tem doença respiratória - afirma.
Para sentir os efeitos na saúde, os gaúchos não precisam esperar ver o pó se formando, como nas cidades mais próximas do vulcão, onde a concentração da fuligem é muito maior.
- Mesmo você não vendo, ela está presente na atmosfera. Já estando aqui em cima, em algum grau vai afetar - diz.
O especialista explica que as partículas são estranhas ao aparelho respiratório, podendo gerar irritação. Como consequência, as vias respiratórias se fecham, e surgem sintomas como falta de ar, tosse, catarro e chiado no peito. Rubin ressalta a necessidade de que seja mantido o tratamento em pacientes que já têm doença respiratória e recomenda que, caso a situação se agrave, crianças e idosos permaneçam mais tempo em casa.
O oftalmologista Flavio Antonio Romani, professor da Faculdade de Medicina da PUCRS, diz que a nuvem de cinzas também poderia causar irritação aos olhos, mas não prevê maiores prejuízos à visão.
Em 2011, as cinzas de outro vulcão em erupção do Chile, o Puyehue, também chegaram ao Estado, gerando acúmulo de fuligem sobre carros de Porto Alegre e o cancelamento de voos.