O plantio de uma árvore, considerada um símbolo de vida, foi a forma que professores, colegas e os pais de Mônica da Silva Machado, 18 anos, acharam para homenagear a estudante. A aluna do curso de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) morreu no dia 19 de março, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória no campus da instituição.
A última coisa que eu disse foi "eu te amo", conta pai
Na manhã desta terça-feira, os pais, tios, primos, a avó e o namorado da jovem acompanharam o plantio de uma muda de Ingá, próximo ao Restaurante Universitário (RU), local onde ela passou mal. Por volta das 11h, todos se reuniram no hall do Centro de Tecnologia (CT) e seguiram em caminhada até o local do plantio.
Antes da homenagem, o pai de Mônica, Claudio Fagundes Machado, 44 , falou sobre como era a filha e os sonhos que ela tinha. Diante dos amigos, professores e familiares da filha, ele lembrou que dois dias antes de morrer, Mônica tinha conseguido uma vaga na Casa do Estudante.
Em seguida, tocou a música "Não Dá para Desistir", que foi composta pela jovem com um companheiro de banda. Mônica cantava e tocava violão e guitarra. Junto com o pai e amigos, ela integrava a banda The Successful Band.
- A Mônica adorava bichinhos e a natureza. Essa árvore é uma forma de ter uma lembrança dela na universidade, já que ela sonhou muito em ser engenheira - declarou o pai, emocionado.
Em Uruguaiana, onde a estudante nasceu, foram plantados três ipês-amarelos, um em cada escola em que a jovem estudou.
Saudade que não tem fim
O pai, que já tinha uma tatuagem com o nome da filha e um desenho feito por ela, fez outras duas novas tatuagens nos braços em homenagem a Mônica. De um lado tatuou a frase "my daughter, I know you are still by my side" (em português: "minha filha, eu sei que você continua ao meu lado"). No outro braço, Claudio tatuou três árvores, também como forma de recordar a filha.
As primas Jiane Soares, 26, e Janile Soares, 29, vieram de Porto Alegre para participar da homenagem. Emocionadas, elas lembram do dia em que Mônica viu seu nome no listão, durante uma visita à família na Capital.
- A gente sempre tinha expectativa de ela vir para cá no verão, de quando a Mônica iria chegar, é inadmissível passar um verão sem ela - contou Jiane.