Ouvintes da Rádio Medianeira AM, de Santa Maria, que seguem a programação desde as primeiras horas da manhã não contaram com a presença do radialista João Carlos Maciel.
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Após ser preso durante a Operação Medicaro, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira, a programação foi assumida pelo radialista Clédio Callegaro.
Há 15 anos no ar, o Programa João Carlos Maciel começa às 7h05min e vai até as 11h30min, de segunda a sábado.
Vereador de Santa Maria é preso em operação contra superfaturamento de remédios
Segundo Callegaro, vários ouvintes já ligaram querendo notícias do conhecido "Homem Alegria do Rádio":
- Estamos mantendo a grade normal do programa, que inclui músicas, utilidade pública, prestando solidariedade e contando com a participação do público. As pessoas perguntam pelo Maciel, mas a maioria já sabe das notícias divulgadas pela impressa. Respondemos que ele voltará em breve e estamos na torcida para isso - declarou.
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Ao longo do programa, algumas ligações chegaram a ser interrompidas, quando ouvintes comentavam sobre a prisão do vereador.
Mario Cipriani, advogado de Maciel, falou ao vivo no programa por volta das 10h30min. Ele deu informações sobre o caso e prestou alguns esclarecimentos sobre o vereador. Maciel segue preso em uma cela individual da Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm).
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Vereador foi condenado pela Justiça em outro caso polêmico
Em junho de 2014, João Carlos Maciel foi condenado a cinco anos de prisão por um caso ocorrido em 2009. Na época, o vereador estaria se apropriando de parte do salário de três assessores para usar em seus projetos assistenciais. O parlamentar recorreu da decisão da Justiça Estadual de Santa Maria. Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), a apelação está pronta para ser julgada desde dezembro do ano passado, à espera da sentença do desembargador Newton Brasil de Leão.
Conforme a sentença judicial, em que constam os depoimentos dos assessores que teriam sido alvos do crime, o parlamentar teria exigido parte dos salários a partir do primeiro mês de trabalho. Uma das vítimas contou que foi nomeada em janeiro de 2009 e, desde então, foi comunicada que teria de contribuir com R$ 400 dos R$ 800 mensais recebidos na época.
Em entrevista ao Diário, no ano passado, Maciel chegou a falar que foi vítima de uma "conspiração diabólica".
POPULARIDADE
- O vereador e radialista João Carlos Maciel (PMDB), 62 anos, está na terceira legislatura consecutiva
- Nas duas primeiras, em 2004 e 2008, foi o campeão de votos na cidade, e já esteve à frente do Legislativo como presidente da Casa
- Natural de São Luiz Gonzaga, casado e pai de duas filhas, está em Santa Maria desde 1999. Tem Ensino Superior Incompleto. Diariamente, das 7h às 11h30min, comanda um dos programas mais populares da cidade, na Rádio Medianeira AM . Chamado de "O Homem Alegria do Rádio", Maciel é conhecido por realizar diversas ações sociais
- Quem o acompanha nas ruas, percebe a popularidade do parlamentar, que recebe da o tratamento de um " pop star ", com direito a autógrafos e tietagem
POR QUE MACIEL FOI PRESO
- O vereador João Carlos Maciel (PMDB) não era alvo da Operação Medicaro, mas foi preso em flagrante em decorrência da operação por armazenar e distribuir medicamentos
- Maciel foi relacionado quando a PF chegou ao endereço do escritório do vereador, que fica na Rua André Marques. O local estava vinculado a dois advogados com suposto envolvimento na fraude para a aquisição de medicamentos por meio de ações judiciais. Esses advogados eram alvo da investigação
- A dupla de advogados desempenhava atividades voluntárias e sem relação trabalhista com Maciel no escritório. O local é utilizado pelo radialista para desenvolver atividades sociais
- Pouco antes das 10h, os policiais foram ao escritório de Maciel em busca de documentos relacionados a esses dois advogados. Em vez de papéis, os policiais encontraram centenas de caixas e sacolas com medicamentos sem procedência (foto), alguns já vencidos
- Em princípio, os medicamentos encontrados no escritório de Maciel não teriam ligação com o esquema da fraude. Contudo, Maciel foi enquadrado nos artigo 33 e 273 da Lei 11.343/06, por manter em depósito e fornecer medicamentos de origem ignorada. O vereador também foi enquadrado nos artigos 33 e 35 da Lei 11.343/ 2006, por tráfico ilícito de medicamento controlado. Os crimes são inafiançáveis, por isso, ele foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm)
- A defesa de Maciel pedirá à Justiça Federal que seja concedida liberdade provisória ou outra medida alternativa que dispense a necessidade de comparecimento de Maciel à prisão