Se você sabe de um posto que oferece gasolina comum abaixo de R$ 3,15 na Capital, entre em contato com a gente pelo telefone 3218-1654, pelo email caren.baldo@diariogaucho.com.br ou via Whatsapp 9731-4654. Se possível, envie uma foto da tabela de preços.
Com aumentos que chegam ao dobro do reajuste oficial, R$ 0,22, o preço da gasolina tem assustado o consumidor desde a sua alteração, no final de semana. Em busca do menor preço em Porto Alegre, o Diário Gaúcho percorreu nesta quarta-feira, entre as 9h e as 13h, 80 postos nas Zonas Norte, Sul, Leste e Central para verificar os preços do litro da gasolina comum.
No dia 26 de janeiro, o preço médio da gasolina praticado na Capital, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), era de R$ 2,96. Hoje, o Diário Gaúcho encontrou 12 postos praticando o preço de R$ 3,39, um aumento de R$ 0,43, equivalente a 14,5%. O preço mais comum foi de R$ 3,29, encontrado em 43 postos verificados pelo DG. Neste caso, levando em conta a média da ANP, o aumento foi de R$ 0,33, equivalentes a 11,1%.
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O preço mais baixo foi identificado em dois postos, o primeiro na Avenida Assis Brasil, 8620, e o outro na Avenida Farrapos, 1122. Ambos vendem a R$ 3,15, variação de R$ 0,19 (6,4%). O gerente do posto da Farrapos, que preferiu não se identificar, disse que está vendendo de acordo com o preço de mercado, baseado no seu custo operacional, e que pretende deixar o preço nesta faixa, a não ser que haja novas políticas de governo.
Para o gerente de um posto com gasolina comum a R$ 3,19 nesta quarta-feira na Avenida Assis Brasil, 7631, Felipe Sales, o "segredo" de manter o preço abaixo da média encontrada pelo DG é simples:
- É diminuir a margem de lucro. A gente acaba ganhando menos, mas os consumidores gostam.
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"Me nego a abastecer em postos mais caros"
De mãos atadas frente a mais este aumento, o consumidor faz o que pode para defender seu bolso. O taxista Valdemir Ilha, 36 anos, também passou a quarta-feira de olho nos preços praticados pelos postos. Ficou assustado com os novos valores.
- Estou trabalhando e rodando desde as 5h e esse foi o que achei mais barato. Me nego a abastecer em postos mais caros, cada vez volto com menos dinheiro para casa - disse ele, enquanto abastecia no posto da Farrapos.
Ele conta que gasta, diariamente, R$ 40 para abastecer o táxi. Ontem, desembolsou R$ 65. Com o aumento, ele calcula que terá de fazer de dez a 12 corridas a mais por dia para compensar o reajuste.
Sem alternativas, o empresário Jorge Barbosa, 74 anos, também prevê que terá que trabalhar mais para neutralizar o rombo no orçamento.
- Há duas semanas, gastei R$ 180 para encher o tanque, hoje (quarta-feira) foram R$ 215. Isso é abusivo, está subindo tudo de uma vez - diz ele, que usa o carro para entregar material de decoração.
Ele usa, em média, dois tanques por mês e conta que não tem como diminuir o ritmo de viagens diárias.
Contra o aumento da gasolina, o promotor de vendas de Canoas, Fabricio Estigarribia, 22 anos, planeja um protesto para sexta-feira, às 18 horas, em frente à prefeitura de Canoas.
- O protesto será pacifico, apenas pelo preço absurdo dos impostos. Já temos mil pessoas confirmadas no evento do Facebook.
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Os valores
O governo federal estabeleceu aumento de R$ 0,22 a partir do começo de fevereiro. A pesquisa feita nesta quarta-feira pelo DG em 80 postos de gasolina aponta que muitos comercializam o litro a R$ 3,39, o que representa um aumento de R$ 0,43. O menor preço encontrado foi de R$ 3,15.
Procon notificou SulPetro
Na tentativa de evitar a prática abusiva do preço da gasolina, o Procon-RS notificou o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro) orientando a entidade a conversar com o dono dos postos.
- Queremos que haja uma conscientização deles, uma adequação para não prejudicar o consumidor - informa a diretora do Procon-RS, Flávia do Canto.
Segundo ela, o preço considerado abusivo é aquele que é praticamente mais que o dobro do que foi previsto pelo governo.
Na quarta, o Procon Municipal de Porto Alegre fez um levantamento nos postos para verificar casos de abuso no preço. O consumidor, segundo Flávia, deve fazer o mesmo.
- O consumidor deve fazer pesquisa e evitar abastecer onde está mais caro. Há uma discrepância e diferença grande entre os postos. É preciso ficar monitorando.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) informou, em nota oficial, que o mercado da revenda é completamente livre e que a entidade não opina nem interfere em questões relacionadas a preços de combustíveis. Da mesma forma, a SulPetro também salientou que não se manifestará a respeito do reajuste.
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