Depois da reação empresarial ao decreto que suspende por 180 dias os pagamentos de contas herdadas, o governo José Ivo Sartori se preocupou em apaziguar os ânimos. Com prestadores de serviço e fornecedores falando em paralisação e demissões, coube ao secretário-geral de Governo, Carlos Búrigo, afirmar que os setores essenciais não correm risco de prejuízo.
Ele se manifestou no final da tarde deste domingo, no Palácio Piratini, durante a segunda reunião do secretariado com Sartori após a posse.
- O governador quer deixar tranquila a população gaúcha. Os serviços essenciais não sofrerão problema de continuidade, seja na segurança, educação ou saúde. As outras coisas vão ser analisadas e, quando tivermos condições econômicas, vamos resgatar esse compromisso - assegurou Búrigo, fazendo a promessa de pagamento das contas em uma tentativa de afastar a ideia de calote.
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Dentre as atividades que poderiam ser afetadas, estão a entrega de alimentos em escolas e presídios, medicamentos em hospitais e farmácias e segurança privada em prédios públicos. Além de negar a possibilidade de impacto nessas áreas, que assim deverão ter os pagamentos mantidos, o governo afirma que cortará os "gastos ruins", sem especificar exatamente quais seriam eles.
Assinado na sexta-feira, o decreto, primeira ação do governo Sartori, será publicado nesta segunda-feira no Diário Oficial. Além da suspensão do pagamento das contas, ele também impede a assinatura de novos contratos de consultorias, nomeações e convocações de concursos públicos por 180 dias, além de restringir gastos com diárias e passagens de avião.
Secretário de Comunicação evita resposta a Tarso
O secretário de Comunicação, Cleber Benvegnú, disse que tomou conhecimento dos comentários feitos sobre o decreto de Sartori pelo ex-governador Tarso Genro, via Twitter. Entre sábado e domingo, o petista foi ao microblog para fazer uma série de críticas ao primeiro ato do novo governador, incluindo também a imprensa entre os seus alvos.
- Final: em todos os lugares que essas políticas foram aplicadas, os médios e pobres pioraram de vida. Os ricos ficaram mais ricos. Bom domingo! - postou Tarso, três dias após ter deixado o Piratini, em uma referências às políticas de cortes de gastos de Sartori.
Evitando polemizar, Benvegnú afirmou que a única resposta do governo "será o trabalho".