O procurador-geral de justiça de Quintana Roo, região de Cancún, Gaspar Armando García Torres, garantiu nesta quinta-feira em entrevista ao Grupo RBS que a morte de Dealberto Jorge da Silva Junior foi acidental.
A entrevista ocorreu durante a tarde, no gabinete do procurador. O local é fortemente vigiado por seguranças armados. Segundo ele, não há elemento algum para se pensar em homicídio. O resultado do exame toxicológico no corpo de Dealberto deve ser divulgado nesta sexta-feira.
Ao final da entrevista, o procurador do México confirmou que a polícia começou a investigar o desaparecimento de Fernando após contato do consulado brasileiro alertando sobre o áudio enviado pelo WhatsApp por Dealberto, no qual ele pedia ajuda e dizia se sentir perseguido. A polícia mexicana fez buscas por Fernando, que era considerado desaparecido, e só parou quando o irmão do catarinense morto em Playa del Carmen se apresentou voluntariamente na delegacia para prestar depoimento acompanhado de um advogado.
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Renato Igor - Por que é possível afirmar que foi um acidente?
Gaspar Armando García Torres - Dealberto e seus amigos passaram várias horas consumindo drogas, temos a própria declaração do irmão dele, Fernando, de que não havia motivo algum para ele ter sido assassinado. Ele explicou em depoimento ao Ministério Público. No prédio onde houve a queda que resultou na morte, há uma testemunha que viu Dealberto sozinho, não havia ninguém com ele. Tem ainda o estado emocional, com a paranoia e pensamento de perseguição provocados pela droga.
Renato Igor - Não seria arriscado garantir que foi um acidente?A russa que eles conheceram na semana da morte de Dealberto, Ekaterina Vasileva, fala de um taxista que teria entrado no apartamento em que eles estavam hospedados.
Garcia Torres - Não há nenhum elemento adicional que apontasse para um homicídio. Até agora, o que temos foi que se tratou de um lamentável acidente. Temos testemunhas, a declaração do irmão dele que Dealberto estava sozinho. Importante destacar que o depoimento de Fernando foi três dias após a morte do irmão, 13 de janeiro. Fernando estava sóbrio, sem efeito de drogas.
Renato Igor - O caso está encerrado?
Garcia Torres - Se houver um novo elemento de homicídio, nós iremos investigar. Mas foi um acidente.
Renato Igor - A russa Ekaterina Vasileva, que chegou a se hospedar no apartamento de Fernando e Dealberto, tem ligação com a máfia? Por que no áudio de WhatsApp Dealberto fala que está sendo perseguido e a cita.
García Torres - Nós investigamos e ela não tem nenhuma ligação com a máfia russa.
Renato Igor -Quais as drogas mais consumidas por aqui?
García Torres - Maconha, cocaína, crack e as sintéticas.
Renato Igor - O festival de música eletrônica aumenta o consumo e as ocorrências policiais?
García Torres - Não há relação. Nós temos um forte policiamento e um esquema de fiscalização intenso. Cerca de 1.500 pessoas foram presas no ano passado por venda de droga na região.
Confira em áudio entrevista do procurador Gaspar Torres ao enviado especial do Grupo RBS ao México:
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Ouça o áudio recebido pelos amigos do catarinense: