A primeira edição da revista francesa Charlie Hebdo após o atentado à sua sede, publicada nesta quarta-feira, recebeu reações negativas do mundo mulçumano. O governo do Irã condenou a publicação, classificando-a de insultante e prejudicial aos sentimentos de quem segue o Islã. O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) considerou a capa "extremamente estúpida".
Edição da revista Charlie Hebdo feita após o ataque esgota na França
Autoridade muçulmana denuncia caricatura de Maomé na Charlie Hebdo
Muçulmanos pedem calma antes da publicação do Charlie Hebdo com charge de Maomé
- Condenamos o terrorismo em todo o mundo, mas ao mesmo tempo condenamos este gesto insultante da revista - afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham.
Para o governo iraniano, o desenho "fere os sentimentos dos muçulmanos" e pode "desencadear um novo círculo vicioso de terrorismo", acrescentou.
Capa da Charlie Hebdo publicada nesta quarta-feira
Foto: Reprodução/Charlie Hebdo
- O abuso da liberdade de expressão, disseminado atualmente no Ocidente, não é aceitável e deve ser impedido - disse a porta-voz.
O locutor da rádio Al-Bayan do EI condenou a nova edição no ar:
- A Charlie Hebdo publicou novamente caricaturas que ofendem o profeta e isso é um ato extremamente estúpido.
Jornal turco publica capa da Charlie Hebdo com charge de Maomé
O jornal opositor turco Cumhuriyet publicou, em sua capa, a charge do profeta Maomé impressa na edição da Charlie Hebdo desta semana. O jornal traz quatro páginas com os artigos e caricaturas mais importantes da revista francesa traduzidos em turco. A Turquia é um país majoritariamente mulçumano.
Em um breve comentário, o editorialista político do Cumhuriyet, Hikmet Cetinkaya, descreve a charge que traz Maomé chorando segurando o cartaz Je suis Charlie (Eu sou Charlie).
- Repito mais uma vez, o terrorismo é um crime contra a humanidade, seja qual for sua origem. Por isso o profeta tem em sua mão um cartaz que diz 'Eu sou Charlie - escreve Cetinkaya.
*AFP