O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, delator da Lava-Jato, confessou à Polícia Federal ter recebido US$ 1,5 milhão durante as negociações para a compra da Refinaria Pasadena, nos Estados Unidos. Ele afirmou que recebeu a oferta do lobista Fernando Antonio Falcão Soares, Fernando Baiano, braços do PMDB no esquema. O dinheiro serviria para que o ex-diretor "não atrapalhasse o negócio".
Em depoimento feito em setembro e divulgado nesta quinta-feira, Costa afirmou que o então diretor de Serviço da Petrobras Renato Duque - indicado pelo PT - seria o responsável pelas obras de adequação da refinaria. O delator afirmou que esse contratos seriam entregues a duas das empreiteiras alvos da Lava Jato, Odebrecth e UTC Engenharia.
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"Quanto à Refinaria de Pasadena, não foi um bom negócio, pois a mesma era feita para processar petróleo leve, enquanto a Petrobras exportava petróleo pesado; que para Pasadena poder processar o petróleo do tipo que a Petrobras exportava, precisaria de uma adequação que poderia custar de um a dois bilhões de dólares", diz a transcrição do depoimento.
"Fernando Baiano procurou o declarante para pedir que não criasse problemas na reunião de Diretoria para aprovar a compra da refinaria de Pasadena, o processo de compra já estava bastante adiantado no âmbito da Petrobras", prossegue o documento da Polícia Federal.
"Fernando Baiano ofereceu ao declarante o valor de US$ 1,5 milhão para não causar problemas na reunião de aprovação da compra da refinaria de Pasadena", revelou.
O ex-diretor "aceitou o valor e Fernando operacionalizou a disponibilização deste valor no exterior". Ele disse acreditar que o "valor tenha sido bancado pela própria Astra Petróleo", dona da refinaria que vendeu 50% à estatal brasileira em 2006. Segundo o Tribunal de Contas da União, o negócio gerou um prejuízo de US$ 792 milhões.
Ele cita o envolvimento do ex-diretor da área de Internacional, Nestor Cerveró preso desde o dia 14, e de outro funcionário.
"Soube quem trouxe este assunto da refinaria de Pasadena para a Petrobras, isto é, a Nestor Cerveró, foi um ex-empregado da área comercial da Petrobras, acredita que chamado Alberto Feilhaber."
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O delator afirmou que a compra da refinaria pode ter envolvido uma propina de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões - valor supostamente pago pela Astra Oil, antiga dona, ao ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró e ao lobista
"Havia boatos na empresa de que o grupo de Nestor Cerveró, incluindo o PMDB e Fernando Baiano, teria dividido algo entre vinte e trinta milhões de dólares, recebidos provavelmente da Astra"