José Carlos dos Santos, o Seco, 35 anos, tem 205 anos de condenação por diversos crimes, principalmente ataques a bancos e carros-fortes no Rio Grande do Sul. Detido desde 2006 na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), ele já foi o bandido número um do Estado e, segundo a Polícia Civil, continua atuando no crime organizado e dando ordens de dentro da Pasc para o roubo de veículos e tráfico de drogas.
A polícia não sabe ao certo como Seco ingressou no crime. Natural de Candelária, no Vale do Rio Pardo, ele conheceu os maiores quadrilheiros do Estado em Caxias do Sul, entre 2000 e 2001, quando trabalhou na cidade da Serra. O jovem despertou interesse dos bandidos pela habilidade ao volante e conhecimento técnico em explosivos.
Durante anos, Seco dirigiu máquinas pesadas em lavouras e terraplanagens. Tinha conhecimentos em explosivos, já que trabalhou na abertura de açudes. Destemido, o bandido conduzia, no começo da carreira criminosa, os caminhões usados para parar blindados.
Ele ajudou a criar a logística das ações contra carros-fortes. Costumava sentar ao lado do caroneiro, protegido por colchões e um capacete. Com a morte de Dilonei Melara, em 2005, passou a ser o criminoso mais temido do Estado.
Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS
De acordo com o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Repressão ao Roubo de Veículos, foram identificados cerca de 200 roubos e furtos de carros e caminhões praticados pelo grupo de Seco neste ano, que foi preso em 13 de abril de 2006 após tiroteio com quatro agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na BR-386, Vale do Taquari.
A prisão, na época, ocorreu três dias após o roubo a uma transportadora de valores de Santa Cruz do Sul, que resultou na morte de um capitão da Brigada Militar. Na investigação da polícia, divulgada nesta quinta-feira, foi revelado que Seco comandava uma quadrilha que roubava veículos e os enviava para Santa Catarina, Paraná e Paraguai, onde podiam ser trocados por dinheiro e por drogas.
VÍDEO: veja a chegada de Seco ao Deic:
- Verificamos que o Seco é muito vinculado ao tráfico de drogas, inclusive com os "Bala na Cara" (facção que atua no ramo), com quem fazia contatos seguidos. Qual era a ideia? Quem sabe, se tornar fornecedor. Era uma atividade muito intensa, com muito dinheiro - explica o delegado Juliano Ferreira.
A mulher de Seco, Adriana da Silva Santos Moraes, foi presa em Montenegro - ela é apontada como braço direito do criminoso. Seco chegou à sede do Deic, em Porto Alegre, por volta das 10h30min. Ele prestou depoimento e retornou para a Pasc.