Cada dono de banca do camelódromo de Pelotas já foi pego pelo menos uma vez pela Receita Federal. Até o fim do ano passado, foram 668 apreensões para 502 proprietários. Alguns nunca foram autuados e outros cometeram a infração mais de uma vez. As apreensões de mercadorias irregulares foram em estradas e abordagens rotineiras.
A relação entre Receita e camelódromo é assunto na cidade desde 1998, quando os dois se mudaram um de frente para o outro. A polêmica ressurgiu por questionamentos enviados à Gaúcha depois de uma reportagem mostrar que as bancas eram alugadas e revendidas de forma irregular no shopping popular.
Muitos alegaram que o órgão não fazia nada com relação a vários produtos contrabandeados, que seriam comercializados ali. Nos últimos dois anos, houve duas operações no local.
- No ano passado, na operação Tentáculo, se mobilizou um grande número de servidores. No ano de 2012 também, com apoio de vários órgãos, como Exército, Polícia Militar e Federal. Então, frequentemente, a Receita tem desempenhado sua atividade – argumenta o auditor fiscal, Ivan Sigal.
Mas ele revela que muitas vezes é preferível atuar nas estradas e nos depósitos:
- É melhor atingir no distribuidor do que propriamente no ponto de venda, existe um custo benefício maior.
Com o mesmo número de agentes e o mesmo tempo, a Receita consegue maior apreensão nas rotas de contrabando. Uma prova disso, ele ressalta, seria justamente o número de apreensões aos proprietários de bancas: 668 para 502.