Não houve acerto na reunião do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região que pretendia rediscutir a forma de compensação dos rodoviários pelos dias parados durante a greve da categoria. Os 15 dias de suspensão das atividades estão sendo descontados do salário dos grevistas mensalmente e de forma gradual. No entanto, a Comissão de Negociação do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre defende que o período de mobilização deve ser compensado através do banco de horas, como relata advogado Antônio Escosteguy Castro:
"Se a greve é a cessação de trabalho, ela se paga com trabalho. Portanto, a questão era que as empresas permitissem compensar e aquilo que não fosse possível compensar, descontar. É a posição das empresas é de que não vão nem levar uma proposta neste sentido e isso é duplamente frustrante", lamenta.
Por outro lado, o Sindicato das Empresas de Ônibus (Seopa) da Capital alegam que o fim do banco de horas foi uma exigência da própria categoria. Por isso, segundo o advogado da Seopa, Alceu Machado, não houve nova proposta:
"O banco de horas já está sendo extinto em muitas das empresas. Vocês são testemunhas que foi uma pedida do sindicato (dos rodoviários) e acabou sendo aceito o fim do banco de horas. Então esse instituto de compensação não existe mais. É a gente acha que a greve tem ônus e bônus", defende.
A previsão das empresas de ônibus é de extinguir o banco de horas até o mês de junho. A audiência desta quinta-feira faz parte do processo que declarou a greve dos rodoviários como abusiva e estabeleceu multa de R$ 1,25 milhão ao sindicato da categoria por descumprimento de decisões judiciais durante a mobilização, ocorrida entre 27 de janeiro e 11 de fevereiro. O julgamento da abusividade da greve dos rodoviários, ocorrido deve ocorrer no dia 28 de abril.