Foi há menos de um mês que os gaúchos uniram-se em orações, pensamentos positivos e doações de sangue ao saber que Nico Nicolaiewsky estava com leucemia. A notícia de sua morte, na manhã desta sexta-feira, surpreendeu pela rapidez com que a doença venceu a vida.
Nico foi vítima de leucemia mieloide aguda, o tipo mais comum entre os adultos. Ela afeta as células mieloides, um tipo de glóbulo branco, e avança rapidamente pelo organismo.
- O diagnóstico de leucemia aguda leva a uma corrida contra o tempo. É uma doença que chega sem aviso, pode ser muito agressiva e matar em semanas ou mesmo dias - afirma a hematologista do Hospital Moinhos de Vento Cláudia Caceres Astigarraga.
As leucemias agudas são particularmente mais graves pois as células afetadas pela doença não conseguem fazer o trabalho dos glóbulos brancos normais. O número de células leucêmicas cresce rapidamente e a doença agrava-se num curto intervalo de tempo.
- As leucemias agudas são sistêmicas, comprometem todo o organismo. Elas têm um proliferação muito rápida, especialmente em pacientes com mais idade, que já podem ter outros problemas de saúde - explica Cláudia.
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O tratamento da leucemia evolui consideravelmente nos últimos anos e, segundo Claudia, não há diagnóstico que signifique uma sentença de morte. Atualmente, é possível ter um diagnóstico preciso das alterações genéticas da doença, o que facilita e otimiza o tratamento, que consiste basicamente na associação de medicamentos (poliquimoterapia) e, em alguns casos, transplante de medula óssea. Tudo depende do grau de comprometimento da doença.
As causas da leucemia aguda ainda são desconhecidas e, portanto, não há formas de prevenção. Ela pode ser causada por fatores ambientais, mas ainda não há dados conclusivos sobre quais seriam, especificamente, esses fatores. Sabe-se que nem a genética e nem hereditariedade são, sozinhos, responsáveis pelos casos.