Pela oitava vez em minha vida, estou tentando parar de fumar visando a não adquirir o segundo câncer, já que tive o primeiro dois anos atrás.
O primeiro câncer, tive-o na rinofaringe, curei-o com uma cirurgia do doutor Nédio Steffen.
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Fumar é um maldito vício na minha vida. Mas fumar é também um bendito prazer.
Daí esse confronto antípoda entre cessar de fumar ou continuar fumando.
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Fumo desde que tinha 20 anos de idade. São, portanto, 54 anos de ataques incessantes da nicotina e do alcatrão aos meus pulmões e demais órgãos respiratórios, sempre com três maços de cigarros por dia.
Fiz a conta: foram, até agora, 54 anos de fumante por que passei; portanto, fumei até agora durante 19.710 dias; a cada dia fumei três maços, foram portanto 59.130 maços de cigarros que fumei na minha vida até agora; só por curiosidade, já fumei então 1 milhão 182 mil e 600 unidades (cigarros); continuando, com o preço atualizado de R$ 8,75 por maço, gastei então R$ 517.387,50 até hoje só para custear meu vício.
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Notem então que gastei nesses 54 anos de vício mais de meio milhão de reais, o que daria para eu comprar um belo e confortável apartamento.
Ou seja, além de colocar minha vida em risco máximo, gastei em cigarros até agora mais de meio milhão de reais, dinheiro que soneguei para variados e hipotéticos benefícios para as duas esposas que tive e os três filhos que tenho.
É demais, é uma estupidez, uma loucura!
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Vejam bem que eu sou apenas um dos milhões de fumantes brasileiros.
Por esses dados, vejam quanto gastaram no último século os fumantes brasileiros.
E notem uma coisa: está neste meu relato contida razão por que os governos não proíbem o consumo de cigarros em vez de os manterem à venda em todas as esquinas.
O cigarro, portanto, não é proibido porque ele enche as burras dos tesouros de todos os governos, uma fortuna colossal.
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Finalmente, o que mais interessa: comecei ontem a parar de fumar. Sinto-me na quase certeza de que fracassarei pela oitava vez.