O ano de 2013 ficará marcado, sem dúvida, pelos protestos de junho e julho. Um mar de gente tomou as ruas do País e em Caxias do Sul não foi diferente. Acompanhei três atos, entre eles, o do dia 21 de junho, que reuniu cerca de 35 mil pessoas, número surpreendente para a cidade que tem quase 500 mil habitantes e uma fama de apática quando o assunto é mobilização.
“ O Minutos depois guardas municipais que protegiam o centro administrativo eram atingidos por pedras e os vidros das janelas e portas da prefeitura eram estilhaçados.”
O protesto, que começou pacífico, como a maioria das manifestações no País, terminou em confusão. Lembro que ao chegarmos em frente à prefeitura, perguntei a um dos organizadores do movimento: 'E agora, o que vocês vão fazer?' Ele não respondeu, apenas reagiu com um sorriso amarelo. Minutos depois, guardas municipais que protegiam o centro administrativo eram atingidos por pedras e os vidros das janelas e portas da prefeitura eram estilhaçados. A Brigada Militar agiu e eu inalei, pela primeira vez em 28 anos de vida, o tal do gás de efeito moral.
Houve confronto e o que era para ser um ato de exercício da democracia transformou-se em cenário de campo de batalha. Enquanto eu tentava me proteger e me livrar daquela ardência terrível nos olhos, manifestantes e polícia duelavam. Alguns jovens ao meu redor combinavam a balada pós-protesto.
Ainda não consigo avaliar se os protestos foram positivos ou não. O que tenho certeza é que pude testemunhar e registrar um fato que já entrou para a história do país.
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