Apesar do anúncio da desativação do Presídio Central, feito em abril deste ano, reformas continuam sendo realizadas na maior cadeia do Estado. Obras de melhoria em um prédio programado para encerrar as atividades em menos de dois anos levam a alguns questionamentos.
O motivo principal seria melhorar, ainda que de forma pontual e temporária, as condições degradantes a que os presos são submetidos, mas também gera mais dúvidas sobre a concretização da promessa.
Não estaria descartada uma postergação da demolição da prisão inaugurada em 1959 e considerada uma das piores do Brasil. De acordo com o titular da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Gelson Treiesleben, reformas na cozinha e na rede de esgoto haviam sido realizadas antes do anúncio de desativação, por conta de demandas judiciais e denúncias das péssimas condições do presídio.
A mais recente ocorreu após notificação da Organização dos Estados Americanos (OEA). A obra, no valor de R$ 50 mil, foi feita na terceira galeria do Pavilhão C, símbolo da degradação da cadeia, que estava desativada desde 2009 e deverá ser reaberta. Treiesleben destaca que essa última intervenção teve um custo bastante reduzido, pois foi feita com utilização de mão de obra prisional, sob orientação de engenheiros da Susepe e da Brigada Militar.
Se fosse feita licitação, poderia custar entre 10 e 20 vezes mais. Segundo o superintendente, não há reforma prevista até o fim de 2014. Porém, assegura que, se a demora em desocupar o Central for maior, a próxima obra deverá ocorrer nas tubulações que correm em direção à área externa dos pavilhões:
- Os custos são baixíssimos e necessários. Vamos reocupar uma galeria que há pouco tempo foi condenada e agora está sendo recuperada. Não vejo como incoerente essa reforma antes da desativação, porque não é por estarmos na iminência de fechar que vamos deixar de dar condições de habitação digna para aquelas pessoas que estão ali. Em julho de 2012, a nova cozinha foi reinaugurada, a um custo de R$ 1,2 milhão.
Vai fechar ou não?
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