Com 7 mil habitantes, Maquiné, no Litoral Norte, se viu na torcida e nos computadores: a escola estadual Lourenço Leão Van Langendonck estava participando de um concurso de curtas, organizado pelo Ministério da Educação e que contava com voto popular.
Os cartazes na cidade e o plantão dos alunos na sala de informática do colégio para orientar a votação deram resultado. A escola ganhou duas de três categorias no júri popular, como vídeo com mais votos (714) e mais comentários (502).
Nessa semana, os 13 alunos da terceira série do Ensino Médio devem saber quando irão embarcar para Brasília para receberem o prêmio do II Festival Nacional Imagens em Diálogo com direito a uma câmera de vídeo digital, medalhas e certificados. O resultado saiu na sexta-feira passada. A disputa, cujo tema era "A Escola, a aula e eu" começou com mais de 80 vídeos enviados de todo Brasil. Desses, 27 foram selecionados para a mostra competitiva. A escola é a única gaúcha a ganhar a segunda edição do concurso. Ainda houve outras quatro escolas vencedoras, na categoria mais compartilhamentos pelo júri popular e três colocações pelo júri oficial.
O vídeo de cinco minutos de Maquiné se chama A Perseguida e conta a história de uma menina bonita que sofria bullying por mostrar seus dotes de cantora na internet:
- Foi uma maneira que encontramos de evidenciar que não necessariamente o bullying ocorre somente com características físicas. Às vezes um aluno que se destaca também pode sofrer com isso - comenta a professora orientadora, Ruchele Daiana Gonçalves Heinrich, 30 anos.
O filme na verdade é uma adaptação de uma história que nesse ano já tinha sido tema de teatro na escola. Isso porque, em 2012, uma pesquisa realizada pelos próprios estudantes mostrava que metade dos alunos do Ensino Médio se dizia sofrer ou praticar bullying. Então, vários trabalhos de conscientização foram feitos, inclusive o teatro.
- Hoje se vê que as pessoas estão mais abertas a falar sobre o assunto, o clima melhorou - comemora a atriz principal do curta, Marthina Rech, 17 anos.
A expectativa é que no ano que vem uma nova pesquisa seja feita para avaliar o impacto do projeto. Mas por enquanto é só alegria:
- Não imaginávamos que íamos ganhar. Foi muito legal ver como podemos nos mobilizar e vencer. Maquiné é uma cidade pequena e todo mundo estava votando e comentando. Para nós, foi uma vitória - salienta Marthina.
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