Sem turmas embaralhadas. Assim foi o reinício das aulas na Escola Estadual Margarida Pardelhas, em Cruz Alta, no Noroeste, nesta quarta-feira.
Com os 26 alunos acomodados em suas classes, sem dividir o espaço com outra turma, a professora Eliana Margarida Leal Niederauer, 48 anos, teve mais tranquilidade para alfabetizar as crianças do 1º ano do Ensino Fundamental.
- Não tem nem comparação, agora está muito melhor para dar aulas. Cada professora quer ter seu espaço e trabalhar na sua dinâmica. E as crianças já estão acostumadas com seus colegas, sua turma. Não teria condições de continuar as aulas com duas turmas em uma mesma sala de aula - salienta a professora.
A solução encontrada para não juntar duas turmas em um mesmo espaço, foi deixar parte dos alunos - cerca de 130 - sem aulas. Agora, a 9ª Coordenadoria Regional de Educação negocia com a Faccentro, uma faculdade particular, para alugar cinco salas de aula - o custo estimado, por mês, é de R$ 850 cada sala - e acomodar as turmas até a próxima sexta-feira.
- Faltam detalhes burocráticos para a situação ser resolvida. Temos que providenciar três laudos imobiliários, mostrando que os valores do aluguel oferecidos são condizentes com os preços de mercado. Isso deve ser feito para que conseguir o repasse de verba - salienta Estela Maris Fagundes, assessora jurídica da 9ª Coordenadoria Regional de Educação.
A medida é paliativa, já que o Governo Estadual prometeu, em cerca de 30 dias, transformar o auditório e a biblioteca da escola em salas de aula. Assim, sete novas salas estariam a disposição da direção para abrigar seus alunos. Dos 1,1 mil alunos do colégio, 130 estão sem aulas - três turmas do 4º e duas turmas do 5º ano do Ensino Fundamental.
O restante está dividido entre o prédio do colégio que não está interditado, e o prédio central da Universidade de Cruz Alta (Unicruz).
Entenda o caso
Na última segunda-feira, quando as aulas foram retomadas na escola, o jeito foi improvisar. Com alunos de costas um para o outro, dois professores ensinavam simultaneamente em pelo menos oito turmas de Ensino Fundamental. Enquanto uma falava, a outra esperava a sua vez. As salas chegavam a abrigar 52 alunos.
Na última terça-feira as aulas foram suspensas no turno da tarde para que a 9ª Coordenadoria Regional de Educação, direção do colégio e pais buscassem alternativas. No encontro, ficou decidido, em conjunto, que não havia condições de manter os alunos tendo aulas naquelas condições.
A alternativa sugerida, foi alugar cinco salas de aula na Faccentro. Mas, para isso, cerca de 130 alunos acabaram ficando sem aulas.
Os problemas de estrutura do Margarida Pardelhas ocorrem porque o prédio principal da escola, construído por volta dos de 1930, que abrigava 700 dos 1,1 mil alunos, além de toda a estrutura administrativa do colégio, foi interditado pela 9ª Coordenadoria Regional de Obras. Com fissuras, infiltrações e até uma porta energizada, a estrutura apresentava vários riscos.