Sandy chegou à terra na noite desta segunda-feira pela costa de New Jersey como ciclone extratropical, informou o Centro Nacional de Furacões (CNF), com sede em Miami.
Com ventos de 130 km/h e deslocando-se a 37 km/h, o olho de Sandy atingiu as proximidades de Atlantic City, de acordo com um boletim especial emitido pelo CNF às 22h de Brasília.
De acordo com informações da CNN, a tempestade causou cinco mortes. O primeiro caso foi por volta das 21h (horário de Brasília), quando uma árvore caiu sobre uma casa no bairro Queens, matando um homem de 30 anos.
As autoridades advertiram para os riscos "sem precedentes" do furacão e ordenaram a evacuação de milhares de residentes ao longo da faixa costeira que vai de New England (nordeste) à Carolina do Norte (sudeste).
As ruas que conduzem ao calçadão costeiro de Atlantic City estão inundadas e na vizinha Ocean City, parte da calçada à beira-mar foi destruída pelas ondas, constatou a AFP.
Veja a imagem de satélite da tempestade em movimento
Zonas costeiras de Long Island (leste de Nova York) e Nova Jersey sofriam com as inundações e um guindaste de um arranha-céus em construção em Manhattan se desprendeu e ficou pendurado precariamente.
Ao menos 300 mil residências do Estado de Nova York estavam sem eletricidade na tarde desta segunda-feira devido à chegada do furacão, informou o governador Andrew Cuomo.
Ao menos dois reatores nucleares, que geram 50% da eletricidade no estado de Nova Jersey, poderão ser paralisados caso o furacão Sandy ganhe força em seu avanço sobre a costa leste, segundo um porta-voz da empresa Serviços Públicos de Eletricidade e Gás (PSEG).
Cerca de 12 mil voos foram cancelados até o momento na região por causa do furacão, deixando dezenas de milhares de pessoas bloqueadas longe de seus lares.
A empresa de avaliação de riscos Eqecat destacou que Sandy pode afetar 60 milhões de americanos e causar danos de até US$ 20 bilhões.
O presidente Barack Obama pôs em alerta seus compatriotas contra a ameaça de Sandy, uma "tempestade grande e poderosa" que pode ter consequências desastrosas no leste dos Estados Unidos, após matar 66 pessoas no Caribe.
Em uma intervenção após reunião com seu comitê de crises na Casa Branca, Obama também instou os moradores das regiões potencialmente ameaçadas que acatem sem hesitar as diretrizes das autoridades locais, particularmente no que diz respeito às evacuações.
O desastre climático que se avizinha interrompeu a campanha presidencial americana a poucos dias das eleições de 6 de novembro.
Tanto Obama quanto o adversário republicano, Mitt Romney, suspenderam compromissos eleitorais.
Os dois candidatos são conscientes da importância política de dar toda a atenção ao que ocorrer com o furacão, devido à memória do desastre provocado pelo Katrina em 2005, cujas consequências devastadoras são lembradas até hoje pelos americanos.
A resposta ao Katrina, que arrasou Nova Orleans (Louisiana, centro-sul do país), foi percebida como um fracasso das autoridades, na época chefiadas pelo então presidente George W. Bush, o que marcou o restante de sua presidência.