Já com a casa às escuras por causa do temporal que atingiu a Região Noroeste na noite de ontem, Antônia Zeppe, 50 anos, teve de abrigar a neta e outras duas crianças embaixo de uma mesa quando pedras de gelo do tamanho de laranjas começaram a romper o telhado da residência em Porto Lucena, onde o vendaval deixou ainda um saldo de cerca de 30 pessoas feridas sem gravidade.
- Achei que ia terminar o mundo, pelo barulho que dava - lembrou a dona de casa, ainda atordoada pelos efeitos da intempérie que danificou quase todas as 2,6 mil residências do município.
Sem energia elétrica, água ou sinal de celular, apenas uma linha telefônica funciona, no hospital da cidade. O local serve como gabinete provisório do prefeito, pois a prefeitura também foi destruída pelo granizo e pelo vendaval. Praticamente todos os 5,3 mil moradores da cidade estão envolvidos com a instalação de lonas, limpeza das casas e recuperação de móveis. As escolas suspenderam as aulas.
O temporal que abalou a cidade
A situação é crítica na cidade após o forte vendaval no início da noite de terça-feira. Segundo a Brigada Militar, a maioria da casas da cidade foram destelhadas e cerca de 30 pessoas ficaram feridas, sendo encaminhadas ao hospital do município, mas nenhuma em estado grave. Grande parte dos feridos estaria no CTG da cidade, em festividade da Semana Farroupilha. O vendaval começou por volta das 20h e durou aproximadamente 30 minutos. De acordo com a polícia, o vento derrubou árvores e postes na cidade. Muitas residências e estabelecimentos comerciais tiveram vidros quebrados.
- Veio uma chuva de granizo com pedras do tamanho de bochas. Os danos foram imensos - relatou o soldado Luís Eduardo Haas da Veiga, da Brigada Militar.