Uma das principais causas do aquecimento global é o efeito estufa, provocado pelo aumento da concentração de gases na atmosfera. Diminuir a emissão de carbono é uma das ações mais urgentes para proteger o meio ambiente. A Randoncorp definiu uma estratégia desdobrada em projetos e ações para trabalhar a descarbonização. A meta da empresa é contribuir para o combate às mudanças climáticas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa em 40% até 2030.
A gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Randoncorp, Luciane Sartori, explica que a companhia lançou e vem trabalhando em seu programa Rota Verde desde 2021:
– É um programa guarda-chuva para todos os projetos ambientais, dentre eles a redução de emissão dos gases de efeito estufa. A partir disso, calculamos o primeiro inventário de emissões, considerando os escopos 1 e 2 (base 2020), definimos nossa meta de redução e mapeamos os principais projetos que nos ajudarão a atingir a meta. Desde então, o inventário de emissões é realizado anualmente pelas unidades da Randoncorp.
O escopo 1 é referente às emissões resultantes das operações diretas da própria empresa, como consumo de gás natural, consumo de GLP e óleo diesel usado nos veículos industriais. O escopo 2 é sobre as emissões indiretas, provenientes do consumo de energia elétrica. Já o escopo 3 diz respeito às emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor da empresa, ligadas às operações da companhia, como matéria-prima adquirida, viagens de negócios e deslocamento dos colaboradores, transporte e distribuição.
Em 2024, foram calculadas, pela primeira vez, as emissões relacionadas ao escopo 3, em que foram selecionadas cinco categorias para se trabalhar: bens e serviços comprados, transporte e distribuição upstream (relacionada a bens e serviços comprados ou adquiridos), transporte e distribuição downstream (relacionada a bens e serviços vendidos), emissões casa-trabalho e viagens de negócio.
– As emissões do escopo 3 representam 93% das emissões totais da Randoncorp, sendo que a maior emissão está associada à categoria "bens e serviços" e a matéria-prima que mais contribui é o consumo do aço. Desta forma, estamos trabalhando para definir um plano de descarbonização junto aos nossos fornecedores – pontua Luciane.
Para chegar ao objetivo de reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa até 2030, a Randoncorp implementou várias estratégias. Entre elas: aumentar a eficiência energética e priorizar a compra de energia de fontes renováveis (solar, eólica, PCHs etc.); reduzir o consumo de gás natural em 30%, por meio de projetos de inovação; reduzir o consumo de óleo diesel em 65% e reduzir o consumo de GNV e GLP dos veículos industriais.
Diversos projetos foram feitos e outros estão em andamento. Um deles é a instalação de caldeira à biomassa em substituição ao gás natural na unidade Frasle Mobility, de Caxias do Sul – unidade que hoje mais consome gás natural. A iniciativa irá reduzir em 60% as emissões de CO2 da unidade e contribuir com 50% da meta da Randoncorp.
Além dos compromissos públicos
A Randoncorp vem se destacando em iniciativas de desenvolvimento de produtos com menor pegada de carbono, como, por exemplo, o novo conceito de fabricação da sapata ferroviária, com alterações de matérias-primas (resina fenólica) por ligantes inorgânicos, além de redução no consumo de energéticos no processo produtivo.
Com isso, consegue-se um material com maior durabilidade e, ao mesmo tempo, redução das emissões de carbono no meio ambiente. Fruto de mais de seis anos de pesquisa e de testes realizados na unidade Frasle Mobility, em Caxias, além da redução de 43% na pegada de carbono em todo o processo produtivo e de vida útil da peça, a nova sapata ferroviária se diferencia por outro item importante, sob ponto de vista econômico e também ambiental, ao apresentar durabilidade 20% maior.
– Foi um projeto piloto, com mudanças no processo de fabricação e na formulação. Também foi desenvolvido uma ferramenta para que todas as alterações, tanto de processo quanto de matéria-prima, possam levar em consideração a pegada de carbono – explica Luciane.
Outro exemplo é a tecnologia Composs, da Frasle Mobility, que tem sido usada na fabricação de para-lamas. Materiais compósitos são resultado da combinação de duas ou mais substâncias distintas em suas propriedades físicas e podem substituir peças feitas em aço. O impacto dessa nova fórmula nos veículos são itens mais leves, que reduzem o consumo de combustíveis.
– Considerando apenas as etapas de extração, transporte e fabricação da matéria-prima é possível observar uma redução de 16% na emissão de carbono para o suporte de para-lamas fabricado em material compósito em comparação com o suporte fabricado em aço carbono – explica Luciane.
Vale salientar que este processo foi sistematizado internamente, permitindo ser aplicado para todos os produtos. Outros cálculos também estão em andamento.
– A Randoncorp tem em seu DNA a inovação de produtos sustentáveis, este foi o grande motivador para iniciarmos os cálculos e divulgarmos ao mercado informações com mais credibilidade – finaliza Luciane.