O Brasil tem, até o momento, dez medalhas computadas no quadro geral dos Jogos Olímpicos de Tóquio — mas já sabemos que 12 estão garantidas graças a duas semifinais asseguradas no boxe.
A marca a ser superada é de 19 pódios, obtidos no Rio de Janeiro, em 2016. Além de ultrapassar esse número mágico, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) quer uma diversidade de modalidades premiadas, como ouvi do chefe de missão do Time Brasil, Marco Antônio La Porta.
Das 10 medalhas já recebidas, o Brasil tem atletas de seis esportes — e, com a garantia de que o boxe também irá subir no pódio, serão sete.
Quanto mais esportes subirem no pódio, maior será a exposição, e isso pode gerar interesse e atrair investimento, algo que o esporte olímpico ainda carece no país.
Não há dúvida de que se um planejamento for feito e mantido, desde a base, e não apenas no alto rendimento, poderemos ser algo que parece estar bem distante: uma nação olímpica.
Força das mulheres
Em Tóquio, o Brasil tem 302 atletas, sendo 142 mulheres, o que significa 47% da delegação. E elas estão mostrando sua força. Das 10 medalhas conquistadas, cinco vieram de categorias femininas: ginástica artística (Rebeca Andrade, duas), skate (Rayssa Leal), judô (Mayra Aguiar) e tênis (Laura Pigossi e Luisa Stefani).
Até o fim dos Jogos, outras deverão surgir em esportes como boxe, vela, vôlei e maratona aquática.
Indignação
O forte calor japonês tem atrapalhado o desempenho dos atletas e causado algumas reclamações. Nesta segunda, após as quartas de final do C2 1.000m da canoagem, conversei com Isaquias Queiroz, e ele fez uma forte reclamação sobre a organização.
— Os inteligentes acham que atleta é máquina e marcaram a semifinal e a final em um curto intervalo de tempo (duas horas). Assim, não tem recorde, nem bom nível de competição — disse, indignado, o baiano dono de três medalhas olímpicas.
Ginástica
Após a medalha de ouro de Rebeca Andrade no salto, recebi uma mensagem que faço questão de reproduzir em parte. Ela veio de Erlo Fischer, coordenador de ginástica artística da Sogipa por 30 anos. Ele é filho de Siegfried Fischer, fundador e primeiro presidente da Confederação Brasileira de Ginástica e que "em Porto Alegre, tem até uma rua com o nome dele". Pois o pai de Erlo "foi o criador da mesa de salto onde agora a Rebeca foi campeã olímpica".
De acordo com ele, "a mesa de salto usada em Tóquio é da marca Spieth, a marca oficial da ginástica brasileira, e que foi o equipamento dos Jogos do Rio. Por isto, esta mesa leva o nome de Ergojet Rio. Em resumo, uma mesa criada por um brasileiro, medalha brasileira, nome brasileiro no equipamento".