Sensação do torneio de tênis em Tóquio, a dupla brasileira Luísa Stefani e Laura Pigossi viveu uma verdadeira saga para participar dos Jogos Olímpicos. Inscritas na última hora após várias desistências, as atletas chegaram a ter a participação nos Jogos Olímpicos impugnada no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS, na sigla em francês) horas antes da estreia.
Classificadas para a semifinal, as jogadoras paulistas já têm o melhor desempenho da história do tênis brasileiro em Olimpíadas, igualando Fernando Meligeni, que foi quarto lugar em Atlanta, em 1996. A meta das meninas, porém, é ir além.
— Não queremos qualquer medalha, queremos a de ouro. Sempre dissemos que podemos jogar de igual para igual com qualquer uma. Não tem nenhuma dupla que a gente diga que não dá para ganhar — afirma Laura.
Sem pontuação suficiente no ranking para participar da Olimpíada, as duas atletas já tinham se conformado com a ideia de não ir a Tóquio. Porém, por vida das dúvidas, o gerente esportivo da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) decidiu inscrevê-las, mesmo sem garantia alguma de vaga. Desta forma, quando houve uma leva de desistências, as meninas estavam no topo da lista de espera.
— Acreditamos desde o começo, tanto que inscrevemos as meninas. Quando recebi a ligação da ITF (Federação Internacional de Tênis, na sigla em inglês), liguei para a Laura, que nem sabia que eu tinha a inscrito na Olimpíada. Depois, liguei para a Laura, que estava dormindo nos Estados Unidos. Teve até uma dupla da Geórgia que alegou que estava mais bem ranqueada do que elas. E estava, mas elas não tinham feito a inscrição no prazo — conta o gerente esportivo da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Eduardo Frick.
A dupla georgiana citada pelo dirigente chegou a entrar com uma ação no TAS, impugnando a participação de Luísa e Laura nos Jogos Olímpicos. Porém, poucas horas antes da estreia na competição, o Tribunal definiu que a reclamação era improcedente e que a participação das brasileiras era totalmente regular.
— Falei para a Luísa, quando entramos nos Jogos, que "as últimas serão as primeiras" — brinca Laura Pigossi.
A brincadeira, contudo, está cada vez mais perto de virar realidade. Nesta quinta (28), a dupla brasileira enfrenta as suíças Belinda Becic e Viktorija Golubic pela semifinal. Uma vitória garantirá a conquista de mais uma medalha para o Brasil.