Os brasileiros Eric Takabatake (60kg) e Gabriela Chibana (48kg) lutaram neste domingo (6), em Budapeste, na Hungria, no primeiro dia do Mundial de Judô. Chibana foi a primeira a entrar no tatame da Laszló Papp Arena e não conseguiu passar pela israelense Shira Rishony, número 13 do mundo, que pontuou um waza-ari e administrou a vantagem até o fim da luta.
A primeira vitória brasileira, no entanto, saiu em seguida, com Takabatake. Em luta dura com o sul-coreano Harim Lee, o brasileiro forçou dois shidos no adversário, levou um e decidiu o combate no "golden score", projetando Lee para marcar um waza-ari e avançar às oitavas de final. Nessa fase, Eric parou nas punições diante do búlgaro Yanislav Gerchev e finalizou sua participação no Mundial com uma vitória e uma derrota.
Takabatake é o atual número 13 do mundo entre os ligeiros (60kg) e buscava um bom resultado para entrar no top 8 mundial, o que lhe garantiria uma posição de cabeça de chave nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Ele tirou lições importantes após sua participação. Muito próximo de garantir uma vaga para sua primeira participação olímpica, Takabatake sabe que o limite para falhas foi até aqui.
— O período que a gente tinha para errar acabou. Essa aqui era a última competição. É um Mundial, uma competição de alto nível, sim. Mas, temos que pensar que nosso foco está nos Jogos Olímpicos. Se fosse para errar, tinha que errar até agora. Vou levar isso como aprendizado — avaliou.
Chibana, por outro lado, é a número 24 e tenta se manter na zona de ranqueamento olímpico. O Mundial foi a sexta competição da brasileira em 2021, ano em que precisou superar-se para voltar às competições após uma lesão no joelho (ligamento cruzado anterior).
— Agradeço às pessoas que estão me dando todo suporte, o fisioterapeuta que me ajudou nessa volta de lesão de LCA, foram nove meses (de recuperação). Dr. Daniel Dell`Aquila e todo mundo que está por trás de tudo isso, Eu não estou aqui sozinha — disse.
A lesão tornou mais difícil o caminho de Chibana rumo à sua primeira Olimpíada, mas não impossível. A expectativa agora é pela atualização do ranking olímpico e a brasileira tem grandes chances de conseguir uma das últimas vagas diretas do 48kg para Tóquio-2020.
— Para mim, é uma coisa de cada vez. Por isso que estou bem chateada. O Mundial era uma oportunidade de eu estar evoluindo, eu queria me sentir bem. Perder assim, na primeira luta, me deixa muito chateada. Mas, eu vou dar a volta por cima — projetou.
As japonesas dominaram o ligeiro feminino. Na final, Natsumi Tsunoda superou Wakana Koga e ficou com a medalha de ouro. A espanhola Julia Figueroa e a mongol Urantsetseg Munkhbat dividiram o bronze. Entre os homens, o russo Yago Abuladze levou o título ao derrotar o cazaque Gusman Kyrgyzbayev. O pódio ainda teve o azeri Karamat Huseynov e o espanhol Francisco Garrigos.
O Mundial é a última competição que distribui pontos no ranking olímpico. A lista será atualizada pela última vez neste ciclo ao final dos oito dias de disputas em Budapeste.
Nesta segunda-feira (7), o Brasil será representado pela meio-leve Larissa Pimenta no segundo dia de disputas. Uma das principais revelações do judô brasileiro neste ciclo olímpico, ela vai em busca de sua primeira medalha em Mundiais Sênior. Ela é uma das cabeças de chave de sua categoria e, por isso, estreará na segunda rodada contra a vencedora do confronto entre Naomi Van Krevel (Holanda) e Kristine Jimenez (Panamá).
O Brasil não terá representantes nas chaves masculinas do meio-leve nesta segunda. Daniel Cargnin, que havia sido convocado para esse Mundial, testou positivo para a covid-19 nos protocolos pré-viagem e ficou fora da disputa.