Filas quilométricas para entrar no Engenhão, onde acontecem as provas de atletismo. Houve quem ficasse mais de uma hora no sol. Valeu tudo para ver o mito, para o qual convergem todos os holofotes depois do fim da participação de Michael Phelps, nas piscinas. Quando ele pisou na pista, o estádio estava praticamente lotado, restando apenas alguns assentos mais caros. E o raio não decepcionou, mostrando que está bem fisicamente e regendo o público. O brasileiro Vitor Hugo dos Santos, 20 anos, chegou em quinto na sua bateria e não se classificou.
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Como rei das pistas, ele colocou o indicador na boca, pedindo silêncio para ouvir o tiro de largada. E se fez um silêncio incrível no estádio. Dava para ouvir um mosquito zunindo. O jamaicano de 29 anos e 1m95cm passou às semifinais ganhando a sua bateria daquele jeito de sempre. Não larga tão bem, mas logo equilibra o corpo e, a partir daí, voa. Relaxou no finzinho para se poupar.
O tempo de Bolt foi de 10s07, um tanto acima do recorde mundial de 9m58s, obviamente cravado por ele mesmo, em 2009. O norte-americano Justin Gatlin, seu grande rival, ganhou bocejando a sua prova, com 10s01. O jamaicano Yohan Blake, outro candidato a pódio nos 100m, fez 10.11, igualmente sobrando.
O gênio segue na briga para ser tricampeão olímpico no domingo e se tornar uma lenda única no esporte. Ele ainda tentará ouros nos 200m e no 4x100m, provas que ganhou nas duas últimas olimpíadas, em Pequim-2008 e Londres-2012. Pode ser triplamente tricampeão olímpico, fechando a conta pessoal em nove medalhas de ouro. E tudo isso nas provas mais nobres do atletismo. Uma façanha que seria inédita.
Depois de até sambar em sua última passagem pelo Brasil, desde a chegada ao Rio para os Jogos o foco até a manhã deste sábado foi total. Ele passou o tempo todo na Vila, sem aparecer, completamente blindado. O que aumentou ainda mais a expectativa em torno de suas condições físicas, após sofre uma lesão muscular no posterior da coxa nas qualificatórias jamaicanas. Quando o telão o mostrou no aquecimento, ao lado do norte-americano Justin, o público foi ao delírio. Ficou muito claro: o torcedor brasileiro quer e vai torcer por Bolt.
*ZHESPORTES