O brasileiro Arthur Zanetti é medalha de prata nas argolas. Nesta segunda-feira, na Arena Olímpica, ele cravou 15.766 e ficou atrás apenas do grego Eleftherios Petrounias, que fez 16.000, o que pode ser considerado quase um 10 nesse aparelho. Zanetti defendia o ouro, mas a prata já foi suficiente para a festa da torcida, que não poupou apoio.
Zanetti foi o último a se apresentar. O que não deixou de ser uma vantagem enorme. Afinal, já sabia dos resultados de todos os adversários. Principalmente, o do seu grande rival, o grego Eleftherios Petrounias, atual campeão mundial.
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Na fase classificatória, Zanetti foi econômico em sua série. Fez o suficiente para entrar na final e guardou para o fim as manobras mais arrojadas. Repetiu o quinto lugar de Londres 2012. Petrounias acabou como segundo, atrás do chinês Liu Yang – à frente do brasileiro ainda ficaram o russo Denis Abliazin e o também chinês You Hao.
Mas nesta segunda-feira de calor de verão no Rio, ele pisou no ginásio sem segredos. No treino, uma hora antes da competição, bastou aparecer na quadra para que os poucos torcedores presentes se manifestassem:
– Vai, Arhur – gritou um.
– Vamos lá, Zanetti – emendou outro.
Quando os ginastas entraram na arena e foram apresentados, a torcida festejou e se manifestou como se fosse em um estádio de futebol. O primeiro a se apresentar foi o chinês You Hao, vice-campeão mundial, que foi mal e fez 15.400 – abaixo da classificatória.
A seguir, veio o grego Petrounias. Sua apresentação foi excelente. De acordo com seu patamar de campeão mundial. Seu técnico na beira do tablado vibrou como se fosse gol. Também pudera, Petrounias fez 16.000 (quase uma nota 10 nas argolas). O belga Goossens fez 14.933. O russo Abliazin cravou 15.700. Na sequênicia, veio o chinês Yang Liu. Líder da classificatória, com 15.900, ficou abaixo na final, com 15.600.
Antes de Zanetti ainda se apresentaram o francês Pinheiro, com 15.233, e o ucraniano Radivilov, que ainda competiria no salto, aparelho em que é medalhista. Radivilov fez 15.466.
Às 14h24min, chegou a vez de Zanetti. A torcida se agitou e cantou "Brasil, Brasil". Ele ficou 1min3seg suspenso no ar e fazendo manobras nas argolas. A nota apontou 15.766 e prata, para festa da torcida, de Zanetti e de seus técnicos. Era mesmo impossível bater o grego na tarde de calor de verão desta segunda-feira.
- Essa prata, na minha avaliação, é muito mais importante do que o ouro que ganhei em Londres 2012. Por quê? Porque foi no meu país – disse Zanetti.
Para o brasileiro, não havia do que reclamar da tarde de segunda-feira. Todo o trabalho havia sido feito para desembarcar na Arena Olímpica pronto para ganhar uma medalha. A cor seria definida no detalhe. Como foi, segundo ele:
- Fizemos de tudo, mas o que decide são os pequenos detalhes. Foi justa a vitória do Petrounias, não há o que falar – reconheceu o brasileiro.
Muito dessa tranquilidade vinha também do encerramento do ciclo olímpico. Os meses de privações e treinos de segunda à segunda chegaram ao fim. A preocupação de Zanetti depois de passar pela zona mista era definir a agenda de férias e descanso:
- Quero relaxar, viajar, aproveitar a vida um pouco, o que não consegui no último ano. Era só rotina de treinos, dietas, competições.
Veja as notas:
Petrounias Eleftherios (Grécia) 16.000
Arthur Zanetti (Brasil): 15.766
Denis Abliazin (Rússia) 15.700
Yang Liu (China) 15.600
Igor Radilivov (Ucrânia) 15.466
Hao You (China) 15.400
Danny Pinheiro Rodrigues (França) 15.233
Dennis Goossens (Bélgica) 14.933
*ZHESPORTES