Prestes a completar 35 anos, a paulista Fabiana Murer vai para a sua terceira Olimpíada da carreira. As decepções com o 10° lugar em Pequim e o 14° em Londres não apagam a chama da atleta. Ainda que admita não estar mais no auge físico, ela garante que a bagagem de dois títulos mundiais – um deles indoor – e a experiência de uma longa carreira no atletismo são pontos favoráveis para buscar uma medalha no Rio de Janeiro. A cor, segundo ela própria, não importa.
Com 35 anos na Olimpíada, você se sente em seu auge físico?
Eu não me sinto no meu auge físico. Já estive fisicamente melhor, mais veloz. Conforme o tempo foi passando, sinto que perdi um pouco de velocidade. Mas, como a minha técnica está melhor, isso compensa a perda do físico. Acho que os anos de 2010 e 2011 foram os que eu estive melhor fisicamente. Mas, com certeza, estou melhor tecnicamente agora.
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O fato de competir no Brasil traz mais motivação ou pressão extra?
Participar de uma Olimpíada, e de todas as grandes competições, sempre dá um frio na barriga. É natural de toda disputa. É uma pressão, claro, mas para mim influencia positivamente, porque eu gosto de ter a torcida a favor.
Como você se considera psicologicamente para os Jogos?
Estou tranquila. Este é o meu último ano, e será a minha última Olimpíada. Então estou tentando aproveitar cada momento, cada competição, cada treino, porque sei que é a minha última temporada.
Você tem uma meta específica para a Olimpíada?
Quero ganhar uma medalha na Olimpíada, não importa a cor.
Quais você considera as suas principais adversárias no Rio?
São várias as meninas que podem saltar alto. Eu conto umas cinco ou seis que podem disputar medalha na Olimpíada. Tem a cubana Yarisley Silva, a americana Jennifer Suhr, que já saltou superbem agora na temporada em pista coberta e é a última campeã olímpica. Tem a grega Nikoleta Kyriakopoulou, que foi a terceira no Mundial de Pequim. Tem uma alemã, uma inglesa… São várias atletas. Então, eu tenho que pensar no meu: fazer resultado e fazer bons saltos, saltos altos.
A experiência de ter títulos mundiais é um benefício na hora da competição?
Não só os títulos mundiais, mas todos esses anos – são 19 anos no atletismo, no salto com vara – servem como experiência. Cada competição, cada vitória, cada derrota ajudaram no meu amadurecimento, me deixaram mais experiente para que eu chegasse bem em 2016.
Como você avalia a preparação do Brasil para receber a Olimpíada?
Acho que tudo vai dar certo. Vai ser uma Olimpíada bem legal.Podemos ter problemas, sim, o que é normal, acontece em todo grande evento. Mas eu acho que vai ser uma grande Olimpíada.
Você considera que são suficientes os investimentos do Brasil em seus atletas de alto rendimento para o ciclo olímpico?
Os atletas que têm condições de conquistar medalha estão tendo todo o investimento, como eu. Recebo tudo o que preciso para poder treinar tranquilamente, viajar, ter uma equipe multidisciplinar que trabalha comigo. Faço tudo o que é necessário sem nenhum problema graças aos investimentos do Ministério do Esporte, do Comitê Olímpico do Brasil, da Confederação Brasileira de Atletismo e do meu clube, a BM&FBovespa.
*ZHESPORTES