No início do mês, falei sobre os estrangeiros que estavam sendo naturalizados para defender o Brasil em busca de uma vaga na Olimpíada do Rio 2016, lembram? Polêmicas à parte, o desempenho de alguns destes atletas "importados" pode ser testado no Pan de Toronto, que chega ao fim no próximo domingo. O balanço dentro da competição é positivo: foram 17 competidores naturalizados representando o país e seis medalhas conquistadas até agora. Ainda temos chance de aumentar a lista de conquistas "estrangeiras" no basquete, hóquei sobre a grama e no tênis de mesa durante o final de semana.
O caso lamentável ficou por conta do levantamento de peso. O americano Patrick Mendes, filho de brasileiro e quarto lugar na categoria até 105kg, foi flagrado no exame antidoping pelo uso da substância dehidroclorometiltestosterona, um tipo de anabolizante derivado do hormônio masculino. E o pior, Patrick é reincidente. Ele já havia sido pego no Pan de Guadalajara 2011 quando ainda representava os Estados Unidos.
O desempenho dos atletas importados
RÚGBI
O feminino, conquistou o bronze derrotando a Argentina por 29 a 0 com a participação de Isadora Cerullo (EUA). No masculino, Juliano Fiori e Matt Gardner (ambos da Inglaterra) formaram o time que acabou em sexto lugar.
ESGRIMA
Dois bronzes conquistados: a italiana Nathalie Moellhausen na espada, e o francês Ghislain Perrier no florete.
BASQUETE
Com a ajuda do americano Larry Taylor, a seleção está garantida nas semifinais, que ocorrem hoje.
LEVANTAMENTO DE PESO
O americano Patrick Mendes acabou em quarto lugar na categoria até 105kg, mas foi pego no exame antidoping.
HÓQUEI SOBRE A GRAMA
Com os ingleses Chris McPherson e Chris McPherson, e os holandeses Yuri Van der Heijden, Patrick Van der Heijden e Paul Bernard Duncker, o time fez história e garantiu a vaga olímpica ao passar para a semifinal da modalidade.
PÓLO AQUÁTICO
O time conquistou a medalha de prata com a participação dos estrangeiros Ives Alonso (Cuba), Adrian Delgado (Espanha), Paulo Salemi (Itália) e Josip Vrlic (Croácia)
TÊNIS DE MESA
A chinesa Gui Lin conquistou a prata por equipes no tênis de mesa, ao lado de Caroline Kumahara, e segue na disputa individual por medalha.
O desabafo de um medalhista naturalizado
"Espero que essa medalha faça eles olharem diferente para mim. Não recebo o mesmo apoio que os outros atletas, e sou o número um do país. A Petrobras se recusa a conceder-me porque eu sou o melhor atleta do Brasil em florete, mas eu aprendi esgrima na França. Isso é totalmente discriminatório, eu sou brasileiro, nasci em Fortaleza, eu tenho um CPF brasileiro, passaporte e até mesmo uma conta bancária", Ghislain Perrier, esgrimista franco-brasileiro, após conquistar o bronze.
O que diz a Petrobras:
Segundo a Petrobras, Ghislain está fora do programa de apoio da empresa porque ele visa investir no "desenvolvimento de atletas brasileiros que careciam de recursos para seu aprimoramento técnico". A justificativa da Petrobras em relação a Perrier é que "face sua vida esportiva ter sido toda trilhada na França, ou seja, polo de referencia mundial da modalidade, era de que ele não se enquadrava a esse fundamento do programa de desenvolvimento".
*ZHESPORTES