Um grupo ativista francês renovou os apelos para que as autoridades tomem medidas contra cânticos homofóbicos de torcedores de futebol. O estopim para essa reclamação aconteceu neste domingo, quando os torcedores do Olympique de Marselha gritaram insultos homofóbicos "com total impunidade" durante a vitória de 2 a 1 sobre o Monaco, em partida válida pelo Campeonato Francês.
O grupo Rouge Direct postou uma filmagem nas redes sociais mostrando a torcida mandante gritando cânticos ameaçadores e insultuosos direcionados ao rival. Os gritos discriminatórios entoados no Stade Velodrome são os mais recentes de uma longa série de incidentes semelhantes, enquanto as autoridades do futebol francês lutam para lidar com o problema.
O jogo de Marselha não foi interrompido, embora o Ministro do Interior da França, Bruno Retailleau, tenha sugerido no início deste ano que as partidas deveriam ser paralisadas quando os torcedores utilizassem insultos homofóbicos nos estádios.
Após esse episódio, o grupo Rouge Direct pediu ao clube anfitrião, à Liga, e ao Ministério do Interior da França, que esclarecessem o incidente. Houve ainda mais uma solicitação dos ativistas: que a emissora DAZN removesse o replay do jogo de sua plataforma.
Insultos homofóbicos frequentemente ouvidos em partidas do Campeonato Francês foram tolerados por muito tempo por dirigentes de clubes, e as autoridades do futebol têm lutado para encontrar maneiras apropriadas de lidar com o problema.
Após uma partida, disputada anos atrás entre Paris Saint Germain e Olympique de Marselha, os torcedores do PSG usaram insultos homofóbicos. O episódio fez a organização lançar um plano de ação permitindo que os espectadores denunciassem incidentes sexistas, homofóbicos ou racistas que testemunhassem. No entanto, o abuso não parou e até se intensificou nos últimos meses.
Os clubes franceses foram sancionados com multas, e a comissão disciplinar da Liga também ordenou o fechamento de arquibancadas para casos semelhantes nos últimos anos. Além disso, a lei francesa prevê até um ano de prisão e multa de 45 mil euros (aproximadamente R$ 285 mil) quando insultos desta natureza são feitos em público.