Botafoguenses foram criativos para chegar a Buenos Aires para conquistar a América pela primeira vez. Muitos cruzaram o Brasil de avião, outros de carro ou ônibus e até mesmo barco para assistir ao clube retomar de vez a sua grandeza. Felipe Neto, um dos mais ilustres fãs do clube, também não teve uma logística das mais simples.
O influenciador, identificado com a instituição, atendeu Zero Hora no Buquebus, balsa que faz a travessia entre o Uruguai e a Argentina. Neto foi um dos aproximadamente 30 mil que estiveram presentes no Monumental de Núñez, no último sábado (30), na vitória por 3 a 1. Ele resumiu o sentimento:
— Eu tinha um grande medo: morrer sem ver o Botafogo ganhar um grande título. Foram tantos anos se acumulando, tantos quase, principalmente depois do ano passado, tudo que sofremos e vivemos. Tinha essa preocupação de não ver essa glória eterna.
Felipe Neto classificou a sensação de ver o Botafogo campeão da América como "indescritível":
— Eu chorei, chorei, chorei quando o Júnior Santos faz o terceiro gol. Rola a bola, o juiz apita o final da partida, desabo de novo no chão, de joelhos, em prantos, não sabia que poderia chegar naquele nível de emoção. Isso ilustra bem o que foi. É a volta por cima do gigante que ficou muito tempo adormecido — afirmou.
Felipe Neto optou por fugir do alarde das redes sociais na viagem para Buenos Aires e não fez muitas postagens. Ele agradeceu a alguns seguidores pelos registros em plena arquibancada do estádio.
Para o influenciador, o clube retoma de vez a grandeza com a conquista da Libertadores:
— Você nunca vai ver o Botafogo ganhar algo com tranquilidade. Tem que ter um que a mais que muitos times, um tom de angustia, de emoção, assim surgiu essa fala ‘coisas que só acontecem com o Botafogo’. Não poderia ter sido diferente. Tem coisas que só acontecem com o Botafogo mesmo, incluindo, ganhar a Libertadores dessa forma, tinha que ser desse jeito — avaliou.
Felipe Neto considera o papel de John Textor fundamental na recuperação da instituição, mas também um modelo para o futebol brasileiro:
— Uma grande lição que ele deixou é que não pode ser só bussines ou só torcida. Algumas SAFs são conduzidas como torcedores e outras apenas como negócios. Os dois modelos até agora se provaram insuficientes. Ele foi o primeiro exemplo a juntar as duas coisas. Um americano, que se apaixona pelo clube, vira um grande torcedor, toma decisões na base da emoção, tira mais do bolso que deveria, mas atrelado a um grande projeto de gestão e infraestrutura — analisa.
O movimento de saída de torcedores do novo campeão da Libertadores foi intenso nas últimas horas da capital argentina. Voos, ônibus e a balsa lotadas com os botafoguenses. Todos, assim como Felipe Neto, confiantes na retomada da história gloriosa do clube e da possibilidade de conquista do Brasileirão nos próximos dias.