A novidade sempre atrai as atenções de muita gente. No primeiro jogo da NFL no Brasil, fãs de futebol americano de todos os estados do país e do Distrito Federal compraram ingressos para assistir ao duelo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, nesta sexta-feira (6), na Arena do Corinthians. O Rio Grande do Sul estará bem representado nesse dia histórico, seja nas arquibancadas, na organização do evento e até mesmo artisticamente.
Dentro de campo até poderia ter um gaúcho, pois há um jogador dos Eagles que morou no Brasil e ama churrasco. Contudo, Tanner McKee viveu em Curitiba. Apesar dessa ausência, o Estado terá dezenas de torcedores entre os quase 50 mil que vão lotar a Arena do Corinthians. O número poderia ser maior, mas muitos fãs da modalidade tiveram de abrir mão desse sonho por conta das dificuldades causadas pela enchente de maio que afetou o Rio Grande do Sul quase por completo.
Mesmo com os problemas de logística, Marcus Rovere, 38 anos, natural de Porto Alegre não titubeou na hora que soube do jogo no Brasil. Torcedor fanático dos Packers, ele ainda nem sabia que seu time iria estar em campo, mas garantiu o ingresso para o momento histórico.
— Quando anunciaram a data do jogo, eu comprei as passagens, porque eu sabia que iria estar aqui, independentemente dos times. Já sabia dos Eagles, mas não imaginava que teria os Packers naquele momento. Com as enchentes, fiquei preocupado com a questão de logística. Com o aeroporto de Porto Alegre fechado, consegui marcar meu voo para Canoas. A família da minha esposa é daqui de São Paulo, então tinha onde ficar — conta Marcus.
A paixão pelos Packers vai muito além de torcer. Fã do esporte há 15 anos, escolheu o time para torcer em 2008. Foi após a derrota de Green Bay para os Giants, em 2008, que ele decidiu a franquia pela qual iria se dedicar a torcer. Em 2011, o gaúcho criou uma página nas redes sociais chamada Packers BR, na qual ele poderia ficar opinando sobre o time e os jogos, falando principalmente para outros torcedores.
— Não tinha nenhuma página que falava sobre os Packers no Brasil, então pensei em criar uma e ficar falando sobre os jogos. Começou sem esperar o que ia virar. Acabou se tornando uma página grande, de referência. Por muitos fiz sozinho, hoje tenho uma equipe de seis pessoas que ajuda, sem ganhar nada por isso, apenas a paixão pelos Packers — descreve.
Além de ver ao jogo na Arena do Corinthians, Marcus conseguiu se credenciar para algumas atividades de imprensa, como as coletivas e o treino dos Packers no CT Joaquim Grava. O sentimento de estar perto dos ídolos é inexplicável para o gaúcho.
— Estou anestesiado ainda, parece que a ficha não caiu. Estava em uma coletiva a dois metros de distância do Matt LaFleur e do Jordan Love, podendo fazer perguntas para eles. Talvez daqui umas duas semanas vai cair minha ficha de que isso aconteceu.
RS nas operações
Para realizar um evento como é um jogo da NFL, são necessários muitos braços e diversas cabeças pensantes. Gabriel Klein, 33 anos, nascido na Capital, mas morador Lajeado, faz parte do time da liga que vai ajudar os fãs no dia do jogo. O administrador conheceu o esporte em 2016, quando estava fazendo um curso de marketing esportivo. O professor apresentou o Super Bowl e o interesse começou.
— Decidi ver o jogo com amigos em um restaurante e havia muita gente, com direito a fila. Aquilo me despertou o interesse. Depois vi que havia gente que jogava futebol americano e me aproximei do pessoal do Porto Alegre Pumpkins. Fiz meu trabalho de conclusão sobre a modalidade, que se tornou uma paixão — conta Gabriel.
Como todo fã, ele queria assistir ao jogo em São Paulo. Tentou comprar ingresso, mas não conseguiu. Foi então que o gaúcho buscou uma forma de se fazer presente.
— Encontrei um link para me inscrever para ser voluntário. Há duas semanas descobri que fui selecionado, fiz um treinamento online. Na quarta, fiz um treino presencial na Arena do Corinthians — explica.
Sua função será de auxiliar ao fã na parte externa do estádio. Gabriel conta que é o único gaúcho na equipe.
— Nós somos o primeiro contato do fã no dia do jogo. O pedido é que a gente sempre esteja sorrindo. Estou realizando um sonho. Tenho que deixar o fã de lado e dizer que eu sou um profissional da NFL.
Gaúchas no palco
Além dos dois fãs da modalidade, o Rio Grande do Sul também representantes artísticas. Luísa Sonza, 26 anos, natural de Tuparendi, uma das principais cantoras da música brasileira atualmente, cantará o hino nacional brasileiro antes do início do jogo.
Além dela, Carolina Alcântara, 30 anos, conhecida como DJ Carola, é uma das principais DJs eletrônicas do país. Ela que é natural da Vila Jardim, na Capital, e já tocou na Tomorrowland, na Bélgica, considerado o maior evento de música eletrônica do mundo. Carola será a responsável por animar o público enquanto se acomoda na Arena do Corinthians.