Em uma partida de altos e baixos, a tcheca Barbora Krejciková venceu a italiana Jasmine Paolini na final de Wimbledon neste sábado (13) por 2 sets a 1, parciais de 6/2, 2/6 e 6/4, e igualou o feito de sua mentora, Jana Novotna, campeã do Grand Slam inglês em 1998. Foi a oitava campeã diferente nas oito últimas edições.
Há uma década, uma ousada adolescente apareceu sem ser convidada, com a mãe, na porta de Jana Novotna em Brno, na República Tcheca, para perguntar se ela poderia oferecer ajuda e conselhos. Novotna se tornou a mentora de Krejcikova até sua morte por câncer, aos 49 anos, em 2017.
Os três anos de convivência transformaram Krejcikova, que conquistou o título de Roland Garros sendo a número 33 do mundo e agora na 32ª posição no ranking, depois de uma temporada lutando contra uma lesão nas costas, levou seu segundo título de simples de Grand Slam.
Campeã de Roland Garros em 2021, 10 vezes vencedora de duplas em Grand Slam, Krejciková já foi a número dois do mundo em simples e atingiu o topo do ranking em duplas. O título em Wimbledon leva a tenista de 28 anos de volta ao top 10 do ranking.
Primeira mulher desde Serena Williams em 2016 a disputar finais consecutivas no saibro de Roland Garros e na grama de Wimbledon, a italiana Polini disputou sua segunda decisão de Grand Slam. Em três participações anteriores em Wimbledon, ela nunca havia vencido na grama inglesa.
Em sua caminhada para se tornar a primeira tenista de seu país a alcançar a decisão de Wimbledon na Era Aberta (a partir de 1968), Paolini protagonizou a mais longa semifinal da história do torneio ao vencer Donna Vekic após 2 horas e 51 minutos. Apesar da derrota neste sábado, a italiana sobe dois postos e chega ao seu melhor ranking, no quinto posto.
Paolini começou a final mais presa. Perdeu o saque logo no game inicial e voltou a ter o serviço ameaçado no terceiro game, mas conseguiu sustentá-lo. A tcheca obteve nova quebra no quinto game e logo abriu 4 a 1. Depois, só precisou seus serviços para fechar em 6/2 em apenas 35 minutos, com 10 bolas vencedoras (winners) contra cinco da italiana.
Após se retirar para os vestiários depois de ser dominada no primeiro set, Paolini voltou com outra postura na segunda parcial. Vibrou ao confirmar seu serviço, quebrou o saque da adversária na sequência e abriu 3 games a 0. Paolini voltou a derrubar no serviço de Krejciková no oitavo game, fechou o set em 6/2 e empatou a final em 1 a 1.
Foi a vez então de Krejciková se dirigir ao vestiário. No set decisivo, as finalistas foram confirmando os serviços até o sétimo game, quando Paolini perdeu o saque com uma dupla falta. A checa, então, só precisou confirmar seus serviços, após salvar dois break points e desperdiçar dois match points no décimo game, para chegar ao título.
— Acho que ninguém acreditava que eu poderia chegar à final ou conquistar o título. Eu mesma não consigo acreditar até agora! Duas semanas atrás eu tive uma estreia muito difícil, com 3h15 e que venci por 7/5 no terceiro set. Não estava em boa forma este ano, porque tive uma lesão e também não fiz um bom início de temporada. É incrível estar aqui com o troféu! Como isso aconteceu — afirmou a jogadora de 28 anos.
Agora, ao lado de Novotna, Barbora Krejciková entra para a lista de jogadoras tchecas que triunfaram em Wimbledon. Além delas, Petra Kvitova venceu as edições de 2011 e 2014, enquanto a canhota Marketa Vondrousova foi campeã no ano passado.