Kamilla Cardoso, 22 anos, entrou para a história do basquete brasileiro. Nesta segunda-feira (15), ela foi selecionada pelo Chicago Sky na terceira escolha geral do draft da WNBA. Dessa forma, a pivô de 2m01cm se tornou a maior escolha entre brasileiros em um recrutamento das principais ligas de basquete dos EUA.
O sucesso pela Universidade de South Carolina, em que ela conquistou o bicampeonato universitário neste ano, foi fundamental para ela ser selecionada em uma posição alta.
— Tinha o objetivo de vir aqui hoje (no draft) e dar uma vida melhor à minha família. Estou muito grata por elas estarem comigo — disse Kamilla, após ser escolhida pelo Chicago Sky.
Na primeira conquista por South Carolina, em 2020, a brasileira era reserva, mas ganhou o prêmio de melhor sexta jogadora da Conferência Sudeste. No segundo título, em 2024, foi titular absoluta na campanha invicta da equipe, com 38 vitórias.
Mesmo com uma lesão no joelho, ela registrou 15 pontos e 17 rebotes na grande decisão, recebendo elogios de Magic Johnson e o prêmio de melhor em quadra no Final Four — como é conhecida a fase decisiva do basquete universitário.
Kamilla se mostrou uma jogadora completa para sua posição ao longo da última temporada. Ela teve média de mais de 14 pontos e quase 10 rebotes por partida. Ainda alcançou aproveitamento de cerca de 60% nos arremessos de quadra, além de conseguir um alto número de bloqueios.
A mineira de Montes Claros se mudou para os EUA com 14 anos, sem falar inglês, deixando a família no Brasil. Kamilla foi jogar no high school — o Ensino Médio norte-americano — já buscando o basquete universitário e a WNBA.
Além do sucesso nos EUA, a brasileira também quer trazer mais alegrias para a seleção. A pivô já conquistou um ouro no Sul-Americano de Basquete de 2022, outro na AmeriCup de 2023 e um bronze na AmeriCup de 2021. A meta é disputar os Jogos Olímpicos, sonho que foi adiado para 2028, porque o Brasil ficou de foram de Paris 2024 no basquete feminino.
Marta manda recado para Kamilla
Classe talentosa valoriza o feito de Kamilla
A terceira escolha geral do draft da WNBA acaba sendo mais valorizada pelo nível da classe de 2024, considerada por muitos a melhor da história do recrutamento da principal liga de basquete feminino dos EUA.
A armadora Caitlin Clark, como previsto, foi selecionada pelo Indiana Fever na primeira escolha geral. Ela jogou por Iowa State e colecionou recordes no basquete universitário, tornando-se a maior pontuadora da história da primeira divisão da NCAA, entre homens e mulheres.
Confira o top 10 do draft da WNBA
- Caitlin Clark (Iowa State) – Indiana Fever
- Cameron Brink (Stanford) – Los Angeles Sparks
- Kamilla Cardoso (South Carolina) – Chicago Sky
- Rickea Jackson (Tennessee) – Los Angeles Sparks
- Jacy Sheldon (Ohio State) – Dallas Wings
- Aaliyah Edwards (UConn) – Washington Mystics
- Angel Reese (LSU) – Chicago Sky
- Alissa Pili (Utah) – Minnesota Lynx
- Carla Leite (Tarbes-FRA) – Dallas Wings
- Leila Lacan (Angers-FRA) – Connecticut Sun