Vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz quebrou o silêncio nesta quinta-feira (21) sobre a confusão com um torcedor do clube em shopping no Rio, há dois dias, no qual chegaram às vias de fato. O dirigente se colocou no papel de vítima, disse que foi "ameaçado de morte ao lado da filha" por diversas vezes e que não se lembra do que ocorreu no momento de agressão. Ainda garantiu que continua no Flamengo em 2024, que não cede à pressão por renúncia ao cargo nem à pedido da mãe e que vai "buscar justiça até o fim".
O dirigente fez um pronunciamento nesta quinta antes de atender à imprensa e pediu que todos acreditassem em sua versão. Marcos Braz tentou esclarecer que estava no shopping sozinho, para receber a filha de 14 anos que mora com a mãe para a compra de um presente para o aniversário de 15 anos da menina que seria do dia seguinte.
Ele chegou à loja antes da filha. E falou que neste momento, "dois ou três torcedores" já começaram a fazer diversas cobranças. Trata-se do primeiro vídeo postado nas redes sociais.
— Dentro da loja, eu estava conversando com a vendedora, chegaram duas ou três pessoas, com mais algumas no fundo, e começaram a questionar, fazer cobranças, vários eventos... Nesse momento, que durou alguns minutos, não abri a minha boca, não falei absolutamente nada. Todas as cobranças, tudo o que foi feito, as ameaças, não abri minha boca, pois estava ali com um casal com recém-nascido ao lado, e não adianta uma pessoa pública enfrentar esses fatos — começou sua defesa, o dirigente:
— Tinha gente filmando, fizeram de tudo (por uma reação), e não abri a minha boca. E depois de 40, 50 segundos já estavam com os vídeos na internet. Eles foram embora e eu continuei lá. Uma pessoa de meu lado, (torcedora) de outro time até questionou: É isso que vocês passam? Disse: 'é isso'".
Braz revela, então, que só depois do ocorrido a filha e mais duas amigas chegaram à loja:
— Ainda comentei: "graças a Deus que não estavam aqui". Ela me dá um beijo, um abraço, eu brinco com ela, e ela vai à vitrine ver o que quer, e eu fico dentro da loja. É o momento que Leandro Gonçalves Campos chega.
O vice-presidente garantiu que estava sozinho, que o Flamengo não o oferece seguranças, e explicou que eram funcionários do shopping e dois policiais atendendo chamado de confusão. Encaminhado para a delegacia, Braz prestou depoimento e fez exame de corpo delito. Apesar de não negar a briga, ele garante que não se lembra da mordida na virilha do torcedor.
— Depois que eu falei a última frase que ele falou, me lembro de pouca coisa (da briga)", afirmou. "Sou vítima, eu sou vítima sendo vereador, sendo primeiro suplente, sendo vice de futebol. Não tenho vergonha de ser vítima. Em várias situações sou xingado e em nenhuma eu retruco. Nunca tive problema mais sério com torcedor e, em sã consciência, com filha e duas meninas do lado, jamais iria arrumar problema. Nunca arrumei de ser cobrado e xingado em várias situações — se defendeu, e garantiu que não cederá às cobranças:
— Não cogitei sair em nenhum momento. Relatei para o presidente, Rodolfo Landim, que é meu chefe, o ocorrido. E já refleti e pensei. Quem determina minha continuidade é o presidente e ao que consta seguiremos em 2024. Mas temos muito a fazer ainda em 2023", disse, revelando que está contrariando até pedido dos pais. "(Sofro pressão) da minha mãe tem muito tempo e não vou sair. Há bastante tempo ela me pede. Estou preparado para seguir como vice-presidente do Flamengo.