A polonesa Iga Świątek, número 1 do mundo e atual campeã de Roland Garros, quer ser a primeira mulher a defender o título no Grand Slam de Paris em 16 anos, na final que será disputada neste sábado (10).
Para isso, terá que bater a sensação desta edição do torneio, a tcheca Karolína Muchová (43ª), que surpreendeu e deixou favoritas pelo caminho, entre elas a bielorrussa Aryna Sabalenka, número 2 do mundo.
Aos 22 anos, Świątek, que nas semifinais eliminou a brasileira Bia Haddad (14ª), busca seu terceiro título em Roland Garros (2020 e 2022) e seu quarto Grand Slam - também venceu o Aberto dos EUA em 2022.
No sábado, ela vai tentar igualar o feito da belga Justine Henin, última mulher a defender o título no Major parisiense - campeã em 2003, 2005, 2006 e 2007.
A número 1 do mundo teve um caminho tranquilo no torneio até as semifinais, quando teve pela frente Bia Haddad Maia em seu melhor momento na carreira, num jogo que levou mais de duas horas, o mais longo de sua campanha até aqui.
Muchová, que eliminou Sabalenka na outra semifinal em uma partida espetacular, quer dificultar ainda mais a vida de Świątek.
Virada inesquecível
Depois de dois sets decididos no 'tie break', a tcheca estava contra as cordas, perdendo por 5-2 com 'match point' para Aryna Sabalenka, campeã do Aberto da Austrália em janeiro e que vinha de uma sequência de 12 vitórias em Grand Slams.
Porém, Muchová teve uma reação incrível e venceu 20 dos últimos 24 pontos para fechar o jogo e se garantir na final.
— Ela [Muchová] estava um pouco fora do radar, mas sempre jogou um excelente tênis. Vem até a rede, quando vê uma bola curta, sobe... É difícil construir pontos contra ela — disse Sabalenka, no que parece ser um aviso a Świątek.
A polonesa vai tentar impor seu ritmo forte com seus golpes de direita, enquanto Muchová tem um jogo mais variado, com bolas anguladas, voleios e uma capacidade defensiva que suportou os ataques de Sabalenka.
Fora do Top 200
Iga Świątek, no topo do ranking da WTA está há 62 semanas e continuará como número 1 do mundo mesmo se perder a final em Paris. Com um espetacular histórico de 27 vitórias e apenas duas derrotas em Roland Garros, a polonesa é a grande favorita.
Mas Karolína Muchová, a jogadora com o quarto pior ranking a chegar à decisão do Aberto da França, venceu os cinco jogos que disputou contra tenistas do Top 3, quatro deles em Grand Slam.
— É bonito, não sabia dessa estatística. Só mostra que posso jogar contra elas— disse com modéstia a jogadora de 26 anos.
No ano passado, Muchová abandonou a disputa de Roland Garros ao sofrer uma lesão no tornozelo. Afastada das quadras, ela acabou ficando fora do Top 200 em setembro.
—Houve muitos momentos ruins. Alguns médicos me disseram que eu não poderia mais praticar esportes. Mas sempre me mantive positiva— lembrou a tcheca.
* AFP