A pernambucana Amanda Lima foi o destaque do Brasil na abertura do Mundial de judô de Doha, neste domingo (7), ao conquistar três vitórias e terminar em sétimo lugar na categoria ligeiro (até 48 quilos). Com os triunfos sobre a guatemalteca Jacqueline Solis, por ippon, marcando um waza-ari e imobilizando a adversária no chão por mais dez segundos, a portuguesa Catharina Costa, por waza-ari, e a mongol Narantsetseg Ganbaatar, projetada por ippon, ela esteve perto de se garantir entre as quatro melhores.
Na campanha, ela superou duas oponentes que figuram no top 10 do ranking. A derrota que a tirou da briga por uma medalha aconteceu nas quartas de final, quando acabou derrotada pela francesa Blandine Pont, número 3 do ranking. Nesta luta, a atleta do Minas Tênis Clube sofreu duas punições em menos de trinta segundos de luta por cortar ou evitar a pegada da adversária e ao tentar impor um maior volume de ataques, acabou cometendo um falso ataque na visão do árbitro e foi punida pela terceira e última vez.
Amanda ainda teve direito a uma repescagem, mas no duelo com a italiana Assunta Scutto, medalhista de bronze no último mundial, acabou perdendo o combate após levar duas entradas baixas, que resultaram em dois waza-ari que deram a vitória para a europeia.
—Estou feliz, mas não estou satisfeita porque quero estar sempre no pódio, buscando cada vez mais. Sei que tenho condições e sou capaz. Estou ansiosa para pontuar cada vez mais no ranking olímpico porque eu quero muito essa vaga — afirmou Amanda que, com o sétimo lugar, vai somar 520 pontos entrando na zona de ranqueamento para Paris 2024. Este foi o seu segundo Mundial.
Quem também pisou no tatame foi a paranaense Natasha Ferreira, da Sociedade Morgenau (PR), que perdeu na estreia e acabou encerrando a sua participação. No confronto com a tcheca Tereza Bonarova, ela acabou derrotada ao sofrer um golpe no golden score.
— A sensação de pisar num tatame de Campeonato Mundial é única. Essa foi minha primeira experiência e eu espero ter várias ainda. E minha estreia não foi muito boa, eu acabei perdendo a luta. Mas, acho que foi muito importante para eu entender várias coisas, questões de respiração, controlar a ansiedade, estar conectada ali com a minha técnica que foi a Sarah Menezes, campeã olímpica na minha categoria. Conversamos muito antes e depois da luta. Foi uma estreia que acabei perdendo, mas tive muitos ganhos e aprendizado— afirmou a judoca de 23 anos.
A medalha de ouro na categoria ficou com a japonesa Natsumi Tsunoda, 30 anos, que conquistou o tricampeonato mundial ao derrotar na decisão a francesa Shirine Boukli, campeã da última edição do World Masters. O pódio ainda teve a japonesa Wakana Koga, vice mundial de 2021, e a italiana Assunta Scutto, que repetiu o bronze ganho em 2022.
Na categoria ligeiro masculina (até 60 quilos), a equipe brasileira não teve representantes. A medalha de ouro foi ganha pelo espanhol Francisco Garrigós, bronze no Mundial de 2021, que venceu na decisão o uzbeque Dilshodbek Baratov. As medalhas de bronze ficaram com Giorgi Sardalashvili, de apenas 19 anos, e o sul-coreano Lee Ha-rim, campeão do World Masters.
Nesta segunda-feira (8), seá a vez da categoria meio-leve. No feminino (52 kg), o Brasil não terá participação. Já no masculino (66 kg), o paulista Willian Lima (Pinheiros) fará sua segunda participação em mundiais. Número 11 do ranking mundial, ele enfrentaria Ramazan Kodzhakov, do Bahrein, na primeira rodada, mas o adversário falhou na pesagem e foi cortado da competição. Dessa forma, o brasileiro entrará direto na segunda rodada contra o vencedor do confronto entre o sérvio Strahinja Bunčić e Nurali Emomali, do Turcomenistão.